Volta ao trabalho presencial exige adaptação de profissionais e acolhimento das empresas, alerta especialista thumbnail
Economia

Volta ao trabalho presencial exige adaptação de profissionais e acolhimento das empresas, alerta especialista

Retorno ao ambiente de trabalho pode exacerbar sentimentos como estresse, angústia, ansiedade e depressão. Com a retomada das atividades após a flexibilização do isolamento social, uma das grandes preocupações é a volta do trabalho presencial, após muitos profissionais ficarem mais de seis meses em home office por causa da pandemia.
Para a especialista Bárbara Nogueira, diretora da Prime Talent, é preciso estar atento ao gerenciamento das emoções e do bem-estar mental dos profissionais.
G1 faz guia do home office em tempo de coronavírus
Efeitos da pandemia: OMS chama a atenção para os cuidados com a saúde mental
A especialista alerta que a volta ao ambiente de trabalho pode desativar as defesas psíquicas e exacerbar sentimentos como estresse, angústia, ansiedade e depressão. Sendo assim, é fundamental que as pessoas desenvolvam ainda mais sua inteligência emocional, ao passo que as empresas precisam adotar estratégias de acolhimento, escuta e acompanhamento para identificar sinais de transtornos, ainda que leves.
No Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado neste sábado (10), pesquisa da empresa de recrutamento especializado Robert Half mostra que, para 38% dos profissionais empregados, a saúde mental e bem-estar pioraram durante pandemia.
Bárbara explica que, diante da pandemia, todos tiveram que se reinventar e alterar completamente suas rotinas. Agora, novamente, precisam se adaptar a um “novo normal” no local de trabalho, com alguns vivenciando o medo do contágio pelo coronavírus, outros que estavam felizes com a atuação remota, além daqueles que apresentam sequelas do isolamento ou dificuldades particulares.
“A volta pode ser até mais desafiadora para as lideranças, por isso, o gerenciamento das emoções é muito importante. Não se pode negligenciar esse aspecto, que tem grande impacto na motivação da equipe, na performance dos profissionais, nos resultados e no lucro das companhias”, destaca.
A executiva observa que, assim como estão atentas à segurança e à saúde física dos colaboradores, os líderes devem ampliar a psicologia corporativa, com implementação de avaliações de sintomas emocionais e de ações eficazes para reduzir ou prevenir eventuais problemas, garantindo o bem-estar mental de todos. Inclusive, daqueles que seguirão em home office.
“É necessário que as organizações se adaptem com rapidez e da forma mais natural e humanizada possível, minimizando possíveis abalos psicológicos”, afirma.
Por outro lado, Bárbara lembra que cada pessoa também tem que fazer a sua parte. “No mundo atual, mais do que nunca, a necessidade de buscar o autoconhecimento e trabalhar as próprias emoções de forma inteligente e produtiva aumentou exponencialmente. A inteligência emocional é, hoje, um dos principais diferenciais no mundo corporativo. Está ligada ao autocontrole, automotivação, empatia e relações sociais”, detalha.
Assim, a dica da especialista é ampliar a consciência de si próprio e a capacidade de reconhecer os desencadeadores emocionais, os pontos fortes e fracos, valores e objetivos. E de que maneira tudo isso afeta os pensamentos e comportamentos no dia a dia.
Depressão e ansiedade na pandemia
Os problemas com a saúde mental no trabalho são responsáveis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), por grande parte da perda de produtividade e, consequentemente, interferem nos resultados das empresas. A depressão e a ansiedade estão entre os principais transtornos identificados, principalmente em tempos de incertezas.
“Estamos vivendo um momento atípico de isolamento social, com muitas pessoas enfrentando a solidão de trabalhar em casa sozinhas ou com desafio de conciliar as atividades profissionais com as demandas domiciliares e familiares, além do receio natural em função da crise sanitária”, diz Erika Moraes, especialista em recrutamento da Robert Half.
“Esse conjunto de fatores tem agravado a questão da saúde mental e é fundamental que as empresas e os gestores tenham atenção com seus colaboradores com programas e ações tanto para mapear possíveis problemas como para evitá-los”, completa.
O lado positivo, de acordo com a pesquisa da Robert Half, é que 58% dos profissionais têm feito alguma atividade ou buscado ajuda online para manter a saúde mental e bem-estar. O número é cinco pontos percentuais superior em comparação ao estudo anterior da empresa de recrutamento.
Assista à live Agora é Assim sobre o trabalho pós-pandemia:

Tópicos