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Venezuela suspende operações da companhia portuguesa TAP após incidente com tio de Juan Guaidó

Suspensão determinada por regime de Nicolás Maduro valerá por 90 dias, segundo ministro dos Transportes. Avião da TAP durante voo
Wikimedia/Divulgação
A companhia aérea TAP, de Portugal, está suspensa por 90 dias de operar na Venezuela, anunciou o regime de Nicolás Maduro nesta segunda-feira (17). A medida foi tomada dias depois da detenção de Juan Márquez — tio do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó —, acusado de levar explosivos no avião (veja no VÍDEO abaixo).
Venezuela: tio de Guaidó é acusado de transportar explosivos em avião
Em anúncio no Twitter, o ministro dos Transportes do governo chavista, Hipólito Abreu, disse que tomou a decisão devido às “graves irregularidades cometidas no voo TP173”. Naquele voo, Guaidó e o tio, Juan Márquez, voltavam da Europa após uma série de encontros com líderes internacionais, com participação inclusive no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Durante programa na televisão estatal, Diosdado Cabello — o número dois do chavismo na Venezuela — acusou Márquez de levar explosivos nos compartimentos da bateria de uma lanterna e em cápsulas de recargas de perfume.
O tio de Guaidó nega a acusação, e a própria companhia portuguesa rechaçou a hipótese de que Márquez tenha carregado material explosivo em uma das aeronaves.
Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, participa de coletiva de imprensa em Caracas neste sábado (15)
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Em Caracas, Guaidó garantiu, no sábado, que a prisão de seu tio materno é o preço que está pagando por voltar à Venezuela após a viagem internacional.
“Recebi a mensagem, e aqui está a resposta: seguimento em frente e com força. Não vamos nos mover nenhum centímetro de nossa posição”, disse o líder parlamentar.
Governo dos EUA repudia prisão
Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, cumprimenta o conselheiro Jared Kushner ao chegar à Câmara dos EUA para ouvir discurso de Donald Trump nesta terça-feira (4)
Brendan Smialowski/AFP
No sábado, o governo norte-americano repudiou a detenção de Juan Márquez. “Os Estados Unidos condenam com firmeza a prisão de Juan José Márquez e exigem a sua libertação imediata”, diz a nota do Departamento de Estado.
“As acusações absurdas apresentadas exemplificam o desespero crescente de Maduro e seus sócios corruptos”, critica a nota americana.
“Fabricar provas para justificar prisões arbitrárias com motivação política são uma ferramenta comum do regime ilegítimo antigo de Maduro”, assinala a nota americana, que acusa o presidente venezuelano e seus funcionários de “práticas mafiosas”.
Neste mês, Guaidó assistiu em Washington ao discurso sobre o Estado da União de Donald Trump. Durante a fala, o presidente norte-americano citou o líder da oposição ao chavismo, em um dos raros momentos de aplauso tanto de republicanos quanto de democratas.

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