Venda de máquinas agrícolas do Brasil cai no semestre, mas projeção é de alta no ano thumbnail
Economia

Venda de máquinas agrícolas do Brasil cai no semestre, mas projeção é de alta no ano

Queda nas vendas foi de 1,3% no primeiro semestre. Por outro lado, expectativa da Anfavea é de alta de 3% em 2020. Vendas de máquinas agrícolas e tratores no Brasil caíram 1,3% no primeiro semestre de 2020
Reprodução/TV TEM
As vendas de máquinas agrícolas e tratores no Brasil caíram 1,3% no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 19.642 unidades, em meio aos impactos da pandemia de Covid-19, informou a Anfavea nesta segunda-feira (6).
Produção de veículos cai pela metade no 1º semestre do ano, diz Anfavea
Mas a associação está confiante de que terá um segundo semestre melhor nas vendas de máquinas agrícolas e elevou as projeções para uma alta de 3% em 2020 — ante aumento de 0,5% na previsão de janeiro–, com o agronegócio sendo menos afetado pela crise do coronavírus, diante do impulso do câmbio nos preços das commodities.
No que diz respeito às chamadas máquinas rodoviárias, a Anfavea reduziu as estimativas para 2020, de uma alta de 22% prevista em janeiro, para queda de 24%, devido à menor demanda para construção de estradas, com a indústria fabricante de tratores sofrendo neste ano.
Em junho, as vendas totais, de máquinas agrícolas e rodoviárias, somaram 3.910 unidades, alta de 0,9% ante maio e uma queda de 9,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.
As vendas de tratores de rodas somaram 2.614 unidades, queda de 15% ante maio e de 23,4% na comparação com junho do ano passado, o que resultou uma baixa de 5% no primeiro semestre.
Já as vendas de colheitadeiras de grãos atingiram 734 unidades em junho, alta de 130,8% versus maio e de 39,3% na comparação com junho do ano passado. No semestre, o setor ainda vê recuo de 9%.
Expectativa
Contudo, após um primeiro semestre de negócios mais mornos em meio a incertezas relacionadas à crise do coronavírus, o setor de máquinas agrícolas espera uma movimentação maior dos agricultores nos seus últimos meses do ano, quando é semeada a safra de soja, a principal do país, conforme executivos ouvidos pela Reuters anteriormente.
Montadoras de máquinas agrícolas estão até mesmo reajustando preços para repassar o aumento de gastos com peças importadas encarecidas pela alta do dólar, e devem ter a seu favor a boa rentabilidade de produtores de grãos do Brasil, um dos poucos setores que, também pelo câmbio, obteve margens positivas neste momento de crise histórica.
Já a comercialização de colhedoras de cana somou 52 unidades, aumento de 225% ante maio e de 160% na comparação com junho do ano passado. No semestre, as fábricas apontaram aumento de 24,2%, mesmo diante das dificuldades relatadas pelas usinas no mercado de etanol, enquanto as exportações de açúcar estão elevadas.

Tópicos