Nova projeção indica superávit de R$ 249,9 milhões até dezembro, o que reduz saldo negativo registrado em anos anteriores. Universidade diz que gastos devem aumentar e defende cautela. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Rafael Smaira/G1
A Unicamp projeta superávit de R$ 249,9 milhões nas contas de 2021, o que significa ficar no azul depois de totalizar déficit de R$ 717,9 milhões durante o período entre 2015 e o ano passado. Com a melhora do cenário econômico, o saldo negativo acumulado deve cair para R$ 467,9 milhões.
O orçamento do atual exercício é de R$ 2,8 bilhões e, inicialmente, a universidade previa um déficit de R$ 200,8 milhões. O valor foi reduzido posteriormente para um saldo devedor de R$ 49,7 milhões na primeira revisão orçamentária, com base em dados financeiros da instituição de janeiro a março.
A projeção validada pela Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP), com referências ao segundo trimestre, ainda passará por deliberações das Câmara de Administração (CAD) e do Conselho Universitário (Consu), nas duas próximas semanas. O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, diz que os valores ainda podem ser alterados, mas são avaliados de forma positiva.
“São números para serem comemorados, mas com cautela”, destaca Sarti.
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O que mudou?
As estimativas feitas pela Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan) indicam aumento na expectativa de arrecadação pela Unicamp, segundo Sarti, por meio de repasses do governo do estado a partir de uma cota de 2,1% sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Ele explica que a Secretaria da Fazenda Estadual fez uma revisão das receitas, que elevaram o total estimado de R$ 118 bilhões para R$ 132,6 bilhões durante 2021. Com isso, ao comparar a nova projeção com as estimativas iniciais de orçamento, a Unicamp terá R$ 320,6 milhões a mais em caixa. A diferença é de 12,6% e, portanto, o total de recursos previstos disponíveis subirá para R$ 2,9 bilhões.
Sarti pondera, em contrapartida, que o superávit também é decorrente dos cortes de despsas no período de pandemia, medidas aplicadas pela universidade para equilibrar contas e ainda reflexos da lei complementar 173/2020, que impõe restrições ao aumento de gastos com pessoal até dezembro.
De acordo com o pró-reitor, entretanto, o saldo positivo deve diminuir na próxima revisão orçamentária, ao mencionar que a retomada de atividades presenciais implicará em novos gastos para garantir segurança e serviços essenciais. A reitoria definiu que a retomada presencial das atividades acompanha o ritmo da vacinação de alunos e servidores, e a volta integral deve ocorrer em 2022
“Teremos recursos para promover uma retomada bastante segura ao longo do segundo semestre, seguindo todos os protocolos. Isso vai implicar no aumento de gastos com transporte, alimentação, transporte e limpeza”, explica Sarti.
Na nova revisão orçamentária, a Aeplan destaca que é preciso manter cautela nas medidas.
“Atravessamos um momento ímpar na história orçamentária desta Universidade, um período de forte arrecadação e baixa despesa. O momento ideal para recuperar as perdas do passado recente, mas infelizmente este cenário mudará num futuro próximo, quando voltarmos nossas despesas ao patamar pré-pandêmico. A Aeplan reforça a necessidade de continuidade do acompanhamento próximo da arrecadação e dos gastos devido ao cenário incerto que o futuro nos trará”, diz nota.
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