A vitória de Donald Trump nas eleições de 2024 pode representar uma nova era de tensões globais e redefinições de alianças para os Estados Unidos, especialmente na Europa e em questões de segurança globais. Em meio a uma realidade internacional onde o papel americano é questionado, o poder militar e econômico dos EUA ainda garante uma posição central. Contudo, as políticas de Trump, as perspectivas ao “americanismo” e à contenção do globalismo, geram apreensão, particularmente na Europa. Rose Gottemoeller, ex-secretária-geral adjunta da OTAN, alerta que a Europa teme por possíveis ameaças à aliança e pela pressão de Trump para que os países membros aumentem os seus gastos militares.
A influência americana em conflitos regionais também está em pauta. Em relação a Israel e Gaza, Trump já sinalizou que poderia permitir mais autonomia ao governo israelense. A guerra na Ucrânia pode sofrer um redirecionamento, com Trump prometendo menos apoio a Kiev e sugerindo uma possível negociação direta com Moscou, ignorando as opções ucranianas.
Para a economia, a posição de Trump frente à China, com tarifas pesadas, pode causar um impacto global significativo, segundo destaca a especialista na China, Rana Mitter. Já na questão climática, Trump se opõe às políticas ambientais de combate às mudanças climáticas, criticando-as como “golpes”. A líder global Mary Robinson aponta que, mesmo assim, ele pode não conseguir impedir a transição energética dos EUA, que já se encontra em expansão.
Por fim, a área humanitária também pode enfrentar desafios. Martin Griffiths, ex-subsecretário da ONU, alerta que um governo Trump, isolacionista, pode diminuir o apoio às agências internacionais de ajuda, gerando um pacote descartável que outros países contenham que preencham.
Essas expectativas revelam o impacto que o retorno de Trump pode trazer, diminuindo um possível distanciamento dos EUA das alianças tradicionais e das políticas globais de cooperação, com consequências para a estabilidade e as iniciati
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Folha – UOL
Comentar