Diagnósticos foram confirmados na última semana e eles seguiam em observação médica em Porto Velho. Curados são do povo Karitiana. Indígenas de Rondônia estão curados do novo coronavírus
Três indígenas de Rondônia estão curados do novo coronavírus. A informação foi confirmada pela Associação Etnoambiental Kanindé nesta quarta-feira (27), além do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) de Rondônia. Eles são da aldeia Caracol, do povo Karitiana.
Em um vídeo enviado pela Kanindé, é possível ver dois deles deixando o hospital, em Porto Velho, onde seguiam em observação. Ao saírem, eles seguravam cartazes com os dizeres “eu venci o coronavírus” e eram aplaudidos pelos servidores de saúde. Não há informações de quanto tempo permaneceram internados com a doença.
Eles foram os três primeiros diagnósticos de indígenas com coronavírus, que foram confirmados na semana passada. Conforme o Condisi, os pacientes foram infectados após irem para Porto Velho sacar o auxílio emergencial da Caixa Econômica Federal de R$ 600.
Na ocasião, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou à Rede Amazônica, em nota, que adota medidas de prevenção para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e que não “se eximiu de qualquer obrigação legal de proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas”.
Citou ainda que já foram distribuídas mais de 2,7 mil cestas básicas a famílias indígenas e confirmou que equipes fazem barreiras sanitárias nos acessos das terras indígenas para entrada de pessoas que não são indígenas nas aldeias.
1ª morte
O líder indígena Gumercindo da Silva Karitiana, de 66 anos, foi o primeiro indígena que morreu com o novo coronavírus. Segundo o Condisi, o paciente estava internado desde 20 de maio, após apresentar os primeiros sintomas do novo coronavírus, que foram detectados pela equipe de saúde multidisciplinar do Distrito Especial Sanitário Indígena (DSEI).
Na sequência, a liderança indígena foi levada até a Unidade de Pronto Atendimento na Zona Sul (UPA Sul) em Porto Velho, que o encaminhou ao Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) no dia seguinte.
Gumercindo da Silva Karitiana é o primeiro indígena a morrer com Covid-19 em Rondônia.
Reprodução/Arquivo pessoal
Em 22 de maio, Gumercindo foi diagnosticado com Covid-19 depois que fez um teste rápido. No mesmo dia, ele piorou e precisou ser levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Cemetron. Já no dia 24 de maio, foi encaminhado para a UTI do Hospital Samar, mas não resistiu e morreu na noite desta segunda.
O corpo foi enterrado no dia 26 de maio, na aldeia onde vivia. A recomendação para que a despedida fosse feita perto dos entes queridos partiu do Ministério Público Federal (MPF), destinada ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Porto Velho, além da Prefeitura de Porto Velho.
*Reportagem em atualização
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