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Tornado de fogo e temperatura 'mais alta da história': a sufocante onda de calor nos EUA thumbnail
Meio Ambiente

Tornado de fogo e temperatura 'mais alta da história': a sufocante onda de calor nos EUA

Termômetros marcaram 54,4ºC em um parque nacional na Califórnia. ‘Firenado’ foi visto no sábado na Califórnia
Reuters/BBC
Em meio à forte onda de calor que atingiu na última semana a costa oeste dos EUA, os termômetros chegaram a marcar 54,4ºC no domingo (16) no Parque Nacional do Vale da Morte, no Estado da Califórnia.
A temperatura, confirmada pelo Serviço Nacional de Meteorologia (NWS na sigla em inglês), pode ser a mais alta já registrada no planeta.
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Provocando estragos na região da costa do Pacífico, o calor que castiga os EUA se estende até o estado de Washington, no nordeste do país.
A expectativa é que as temperaturas continuem subindo nesta segunda ou terça, antes de caírem mais para o fim da semana. O calor sufocante se estenderia por pelo menos mais 10 dias.
Recordes anteriores
Antes dos 54,4ºC registrados no domingo em Furnace Creek, no Vale da Morte, o recorde anterior, de 2013, foi observado no mesmo Parque Nacional: 54ºC.
Pouco mais de um século atrás, as temperaturas teriam atingido 56,6ºC na região — mas os dados, para muitos climatologistas, não são confiáveis por conta da tecnologia usada na época para aferir essas temperaturas.
A análise é corroborada pelo historiador da meteorologia Christopher Burt, que em 2016 analisou os registros feitos para a região em 1913.
Ele também levanta dúvidas sobre o recorde de 55ºC que teria ocorrido na Tunísia. Para o especialista, este e outros dados colhidos no continente africano durante o período colonial “têm problemas sérios de credibilidade”.
Tornados de fogo e apagões
As condições extremas provocaram um fenômeno raro no sábado: um grande tornado de fogo (apelidado de “firenado” em inglês) foi observado no condado de Lassen, na Califórnia.
Segundo o alerta emitido pelo NWS, as condições climáticas permitiram que um incêndio florestal no norte do Estado formasse uma espécie de redemoinho — uma nuvem de pirocumulonimbus — capaz de se converter em um tornado.
O calor também provocou um temor de colapso no sistema elétrico do Estado.
Com um grande número de aparelhos de ar-condicionado ligados ao mesmo tempo, o operador do sistema no Estado (CISO, sigla para California’s Independent System Operator) chegou a declarar emergência nível 3, acionado quando a demanda por energia começa a superar a oferta.
Para evitar sobrecarga da rede elétrica — que pode, por sua vez, causar pane nos equipamentos —, os operadores do sistema estão instituindo apagões programados.
Riscos
O calor extremo é definido por dois ou três dias com temperaturas acima de 32ºC e nível elevado de umidade.
Nos EUA, as ondas de calor já mataram mais do que qualquer outro evento climático extremo, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do país.
Além de colocar em risco a rede de distribuição de energia elétrica, o aumento das temperaturas pode provocar pousos forçados de aviões, causar danos em rodovias e superaquecer a parte interna dos veículos a níveis perigosos para os motoristas e passageiros.

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