Na média do país, o setor registrou queda de 2,5%, o pior resultado para meses de março desde 2003 e menor taxa mensal desde janeiro de 2016. Vendas em supermercados registraram alta em março e limitaram perdas do comércio no país
Kátia Beziaco/Arquivo pessoal
Na contramão do restante do país, as vendas do comércio varejista no estado de São Paulo registraram alta de 0,7% em março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 27 unidades da federação, apenas em São Paulo houve crescimento das vendas na comparação com fevereiro. Na média do país, o setor registrou queda de 2,5%, o pior resultado para meses de março desde 2003 e menor taxa mensal desde janeiro de 2016 (-2,6%).
As maiores quedas foram registradas em Rondônia (-23,2%), Amazonas (-16,5%) e Acre (-15,7%). No Rio de Janeiro, o recuo foi de 4,1%.
Comércio registra o pior resultado para março, desde 2003
Veja o resultado de março por unidade da federação:
Acre: -15,7%
Alagoas: -7,8%
Amapá: -8,5%
Amazonas: -16,5%
Bahia: -9,7%
Ceará: -11,8%
Distrito Federal: -11,3%
Espírito Santo: -2,5%
Goiás: -6,1%
Maranhão: -5,1%
Mato Grosso: -2,4%
Mato Grosso do Sul: -2,1%
Minas Gerais: -2,1%
Pará: -10,5%
Paraíba: -5,3%
Paraná: -1,1%
Pernambuco: -6,8%
Piauí: -5%
Rio Grande do Norte: -6,4%
Rio Grande do Sul: -5,1%
Rio de Janeiro: -4,1%
Rondônia: -23,2%
Roraima: -7,6%
Santa Catarina: -3,1%
São Paulo: 0,7%
Sergipe: -5,4%
Tocantins: -6,5%
Segundo o IBGE, a queda do setor em março no país só não foi mais intensa por causa de áreas consideradas essenciais durante o período de isolamento social, em especial as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e bebidas (14,6%) e do segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,3%). Esses dois setores foram os únicos dos 8 pesquisados com avanços nas vendas frente a fevereiro.
“O peso de hiper e supermercado é basicamente a principal causa dessa alta de São Paulo”, afirmou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Temos que considerar que a capacidade de renda em São Paulo é maior que a média nacional”.
Ele explicou que a participação do segmento no comércio cresceu com após o fechamento do comércio de rua. Na média Brasil, segundo o pesquisador, o peso de hiper é supermercados passou de 49,6% em fevereiro para 55,3% em março.
“Vale lembrar que hipermercados vendem não apenas produtos alimentícios, mas também vestuário, móveis e eletrodomésticos. Isso faz com que essa atividade tenha sofrido um rebate para cima, porque parte desses produtos tiveram as vendas transferidas das lojas especializadas para hiper e supermercados”, destacou.
Na comparação com março de 2019, as vendas do comércio de São Paulo cresceram 5,4%, sendo que a atividade de hiper e supermercados teve avanço de 10,3%. Na média Brasil, houve queda de 1,2% nessa mesma base de comparação.
A queda de 2,5% das vendas do comércio no país em março refletiu os primeiros impactos da pandemia de coronavírus no país, com boa parte das lojas fechadas ou funcionando apenas no sistema delivery.
Segundo o IBGE, do total de 36,7 mil empresas da amostra da pesquisa, 14,5% relataram impacto do isolamento social em suas receitas, que se iniciou em algumas capitais a partir da segunda quinzena de março.
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