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Sobe para 25 o nº de mortos em chuvas na China; vídeos mostram metrô e ruas alagadas

12 pessoas morreram em uma linha de metrô que foi inundada em Zhengzhou. A capital de Henan registrou as chuvas mais fortes em mil anos, segundo autoridades meteorológicas. Chineses olham para carros arrastados pela água após fortes chuvas atingirem a cidade de Zhengzhou, na província de Henan, em 21 de julho de 2021 na China
AFP
Ao menos 25 pessoas morreram na China, 12 delas no metrô de Zhengzhou, devido às chuvas torrenciais que autoridades meteorológicas do país dizem ser as mais fortes em mil anos.
Mais de 1,24 milhão foram afetados na província de Henan, cuja capital é Zhengzhou, e mais de 164 mil tiveram de ser levados para lugares seguros, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
Ainda há sete desaparecidos, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (21), e autoridades dizem que mais de 500 pessoas foram resgatadas da linha de metrô que inundou.
Imagens publicadas em redes sociais mostram os passageiros imersos dentro dos vagões, com a água na altura do peito (veja no vídeo abaixo), e estações que viraram rios.
Um passageiro contou na rede social Weibo que equipes de emergência abriram o teto do vagão para retirar, um a um, os passageiros. Outras imagens mostram uma pessoa sentada no teto de um vagão parcialmente submerso dentro de um túnel.
Inundação na China deixa passageiros presos em vagões do metrô
Entre os 25 mortos estão quatro pessoas na cidade de Gongyi, que fica às margens do Rio Amarelo e é vizinha de Zhengzhou, após o colapso generalizado de casas e prédios por causa das chuvas.
Em Luoyang, uma cidade de sete milhões de habitantes também próxima à capital, uma fenda de 20 metros aberta na barragem de Yihetan “pode romper a qualquer momento”, segundo o exército.
Os militares estão organizando uma operação de emergência que inclui o uso de dinamite e desviar a água para evitar uma catástrofe.
As chuvas assolam Henan desde sábado (17), e em 3 dias choveu o esperado para um ano inteiro em Zhengzhou (veja mais abaixo).
Caos em Zhengzhou
Veículos presos após forte chuva em Zhengzhou, capital da província de Henan, na China, na terça-feira (20)
Chinatopix via AP
Zhengzhou, a capital de Henan, é a cidade mais afetada pelas chuvas torrenciais. Ela fica a 700 km a sudoeste de Pequim e tem cerca de 12 milhões de habitantes (população similar à de São Paulo).
Escolas e hospitais foram esvaziados às pressas. O maior hospital da capital, que tem mais de 7 mil leitos, ficou sem energia e cerca de 600 pacientes em estado crítico tiveram de ser transferidos.
O transporte ferroviário e rodoviário foi completamente interrompido devido aos alagamentos, e pessoas se abrigaram em bibliotecas, cinemas e até museus.
“Temos até 200 pessoas de todas as idades procurando abrigo temporário”, disse um funcionário do Museu de Ciência e Tecnologia de Zhengzhou. “Fornecemos macarrão instantâneo e água quente para eles, que passaram a noite em uma enorme sala de reuniões.”
VÍDEO: Chuvas torrenciais provocam alagamento em Zhengzhou, na China
Ferrovias e rodovias também foram fechadas em outras partes de Henan, que tem cerca de 100 milhões de habitantes e é um importante centro logístico da China. Centenas de voos foram cancelados.
A província vizinha de Hebei emitiu um alerta de tempestade para algumas cidades, incluindo a capital Shijiazhuang, sobre a possibilidade de chuva moderada a forte nesta quarta.
1 ano de chuva em 3 dias
Mais de 617 milímetros de chuva caíram entre domingo (18) e terça-feira (20) em Zhengzhou, quase o equivalente à sua média anual de 640 milímetros, e os três dias de chuva corresponderam a um nível visto apenas “uma vez em mil anos”, segundo meteorologistas.
Pessoas tentam atravessar ruas alagadas após forte chuva em Zhengzhou, capital da província de Henan, na China, na terça-feira (20)
Chinatopix via AP
As chuvas torrenciais na China ocorrem dias após mais de 190 pessoas morrerem na Europa devido a inundações e a ondas de calor nos Estados Unidos e no Canadá.
“Esses eventos climáticos extremos provavelmente se tornarão mais frequentes no futuro”, afirmou Johnny Chan, professor de ciência atmosférica na City University de Hong Kong. “O que é preciso é que os governos desenvolvam estratégias para se adaptar a tais mudanças”.
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