Maioria das vítimas morreu após inalar monóxido de carbono ao tentar ligar gerador por falta de energia, que deve durar os próximos dias. Lavanderia em Westlake, Louisiana, ficou destruída após passagem do furacão Laura; foto de 28 de agosto
Kirk Meche/American Press via AP
Subiu para 16 o número de mortes pelo furacão Laura nos Estados Unidos, segundo balanço divulgado neste sábado (29). Embora o governo do estado de Louisiana, um dos estados mais afetados, tenha afirmado que os impactos da tempestade foram menores do que o previsto, autoridades estão preocupadas com a falta de energia no sul dos EUA causada pelo fenômeno.
Essa preocupação aumenta porque, segundo a imprensa americana, mais da metade das vítimas morreu não por causa dos ventos, e sim por asfixia por monóxido de carbono. Segundo a agência Associated Press, essas pessoas morreram ao ligar sem os devidos cuidados os geradores de energia movidos a gás após ficarem horas sem eletricidade.
Na sexta-feira, havia 464.813 usuários sem eletricidade em Louisiana, de acordo com o site Poweroutage.us. E, na cidade de Lake Charles, um incêndio em uma fábrica de produtos químicos gerou uma nuvem tóxica gigantesca que obrigou os moradores a se refugiarem em suas casas.
Furacão Laura deixa rastro de destruição em Lake Charles, no estado da Louisiana
Além da falta de energia, o estado de Louisiana precisa lidar com a falta de água. O departamento estadual de saúde estima que mais de 220 mil pessoas estejam sem acesso ao recurso. Autoridades temem que a reconstrução completa do serviço de distribuição de água possa demorar mais de um ano até que volte ao normal.
Esses impactos mostram que, embora o governador John Bel Edwards tenha adotado tom otimista, o furacão Laura causou estragos importantes para Louisiana. Ele chegou a dizer que estava “aliviado” com a destruição menor do que o previsto, após meteorologistas inicialmente dizerem que o furacão Laura era “impossível de sobreviver”.
Inundações causadas pelo furacão Laura atingem área ao redor de rodovia no estado de Louisiana, nos EUA; foto de 28 de agosto
Gerald Herbert/AP Photo
Após atingir a categoria 4, a segunda pior de uma escala que vai até 5, e ventos de 240 km/h, o furacão Laura perdeu força ao chegar ao continente. Ainda assim, a tempestade foi considerada a pior a chegar ao sul dos EUA em cerca de 150 anos — na comparação com a velocidade dos ventos, foi pior até do que o Katrina, furacão que causou enormes estragos em New Orleans há 15 anos.
Antes de causar estragos em Louisiana e no Texas, o Laura deixou rastro de mortes e danos no Caribe, especialmente no Haiti e na República Dominicana. Estima-se que 31 pessoas morreram nesses dois países.
ANTES E DEPOIS: Veja fotos da destruição deixada pelo furacão Laura
Trump visita região atingida
Donald Trump, de costas e com boné vermelho, visita local destruído pelo furacão Laura em Lake Charles, Louisiana, no sul dos EUA
Alex Brandon/AP Photo
O presidente Donald Trump, em campanha pela reeleição, visitou na tarde deste sábado as áreas mais afetadas pelo furacão Laura nos estados de Louisiana e Texas. O republicano sobrevoou cidades e elogiou os trabalhos das equipes de resgate e dos profissionais que tentam reconstruir Lake Charles, uma das localidades afetadas.
“Vamos cuidar de vocês”, disse Trump.
Joe Biden, candidato do Partido Democrata à Casa Branca, disse em nota que está em oração pelas vítimas do furacão. “Nós vamos estar aí para ajudar vocês a reconstruírem para melhor”, disse.
Infográfico mostra a rota da tempestade tropical Laura
Arte/G1
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