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Sobe para 126 o nº de mortos após chuvas na Europa; mais de 1,3 mil pessoas estão desaparecidas

Imensa quantidade de água tem causado inundações gigantescas, alagado cidades e derrubado casas na Alemanha e em países vizinhos. É o maior número de mortos na Alemanha desde 1962. Chuvas causam inundações gigantescas na cidade de Erftstadt, na Alemanha. Foto fornecida pelo governo do distrito de Colônia em 16 de julho de 2021.
Rhein-Erft-Kreis via AP
Mais de 120 pessoas morreram devido às chuvas que têm caído nos últimos dias na Europa e estão fazendo os rios transbordarem e levarem tudo pelo caminho.
A tragédia ocorre principalmente na Alemanha, onde 106 mortes foram confirmadas até o momento e 1,3 mil pessoas estão desaparecidas apenas em um distrito ao sul de Colônia, no oeste do país.
As chuvas têm afetado também a Bélgica, onde 20 pessoas morreram e 20 estão desaparecidas, e Holanda, França, Suíça e Luxemburgo, embora em menor intensidade (veja mais abaixo).
É o maior número de mortos na Alemanha desde 1962, quando uma enchente no Mar do Norte deixou cerca de 340 mortos. A queda de um trem de alta velocidade em 1998 matou 101 pessoas.
É também a maior quantidade de chuva no país em um século. As inundações no rio Elba, que em 2002 foram anunciadas como “inundações que acontecem uma vez por século”, mataram 21 pessoas no leste da Alemanha e mais de 100 em toda a Europa.
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O número de vítimas pode aumentar consideravelmente, com relatos de deslizamentos de terra e casas sendo arrastadas pela água ou desabando devido à força da água nesta sexta-feira (16).
Imagens áreas divulgadas pelas autoridades do distrito de Colônia mostram uma cratera formada por um deslizamento de terra imenso, que arrastou lama e destroços.
O que se sabe até o momento:
106 mortos na Alemanha (63 no estado da Renânia do Norte-Vestfália e 43 no da Renânia-Palatinado)
1,3 mil pessoas desaparecidas no distrito de Ahrweiler, na Renânia do Norte-Vestfália, a cerca de 40 km ao sul da cidade de Colônia
20 mortos e 20 desaparecidos na Bélgica
114 mil casas estão sem energia na Alemanha, segundo a maior empresa de distribuição do país
A ministra do Interior belga, Annelies Verlinden, disse a uma TV local nesta sexta que continua crítico o nível das águas do rio Meuse, que nasce na Bélgica e adentra a Holanda, e vários diques correm o risco de ruir (veja mais abaixo).
As cidades mais afetadas pelas chuvas:
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Editoria de Arte/G1
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu nesta sexta um firme comprometimento com a luta contra as mudanças climáticas e afirmou que esta é a única alternativa para frear fenômenos meteorológicos extremos, como as chuvas intensas que castigam o país.
“Apenas se nos comprometermos de forma resoluta com a luta contra as mudanças climáticas poderemos controlar condições meteorológicas extremas como as que vivemos atualmente”, afirmou Steinmeier em um pronunciamento, em que disse estar “profundamente arrasado” pela “tragédia”.
A chanceler Angela Merkel havia dito na quinta-feira (15) que os extremos climáticos estão se tornando mais frequentes, o que requer ações para conter o aquecimento global. “Pequenos rios se transformaram em torrentes inundadas e devastadoras”.
1,3 mil desaparecidos
As fortes enchentes no oeste da Alemanha transformaram ruas em rios com correntezas violentas, que “varreram” carros, arrancaram árvores e derrubaram ou arrastaram algumas edificações.
Comunidades inteiras ficaram em ruínas após rios transbordarem e varreram cidades e vilas, nos estados alemães da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado.
Autoridades alemãs confirmam que 1,3 mil pessoas são consideradas “não reportadas” apenas no distrito de Bad Neuenahr-Ahrweiler, a cerca de 40 km o sul da cidade de Colônia.
Ainda não é possível saber quantas estão com problemas de comunicação e quantas podem ser vítimas ainda não localizadas (veja mais abaixo).
Em Erftstadt, “as casas foram em grande parte destruídas e algumas desabaram”, disseram as autoridades locais em uma rede social. “Várias pessoas estão desaparecidas”.
As casas desabaram na manhã de sexta e equipes de resgate tentam chegar de barco aos moradores, porque as estradas ao redor da cidade estão intransitáveis ​​após terem sido destruídas pela água.
VÍDEO: Imagens de drone mostram destruição causada por enchentes na Alemanha
Uma barragem perto da fronteira com a Bélgica transbordou, enquanto outra foi estabilizada.
Cerca de 4,5 mil pessoas foram evacuadas das comunidades a jusante e um trecho da rodovia A61 foi fechado em meio a temores de um possível colapso das estruturas.
Cidades e regiões mais afetadas
São 60 mortes no estado alemão de Renânia-Palatinado, entre elas 12 moradores de uma casa de repouso para pessoas com deficiência na cidade de Sinzig que foram surpreendidos pelo transbordamento do rio Ahr.
Na vizinha Renânia do Norte-Vestfália, as autoridades estaduais estimam em 43 o número de mortos, mas alertam que o número pode aumentar.
Casas desabaram e foram arrastadas pelas águas na aldeia de Schuld, onde muitos estão desaparecidos e quatro mortes já foram confirmadas.
Outras duas pessoas morreram em porões inundados nas proximidades de Solingen e Unna.
A polícia relatou outra morte no município de Rheinbach, e dois bombeiros morreram durante os trabalhos de resgate nas cidades de Altena e Werdohl.
Ponte sobre o rio Ahr destruída pela força da água em Schuld, na Alemanha, em 15 de julho de 2021
Michael Probst/AP
Infraestrutura danificada
As redes de telefonia móvel entraram em colapso em algumas das regiões atingidas pelas enchentes, e pessoas não estão conseguindo falar com familiares e amigos desaparecidos.
Ao menos 114 mil casas estão sem energia nos estados da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado nesta sexta, anunciou a Westnetz, maior empresa de distribuição do país.
A infraestrutura foi completamente destruída e a reconstrução custará muito tempo e dinheiro, disse a premiê da Renânia-Palatinado, Malu Dreyer, a uma televisão alemã. “O sofrimento continua aumentando”.
Devastação causada pela enchente do rio Ahr, na aldeia Eifel de Schuld, no oeste da Alemanha. Foto tirada com um drone em 15 de julho de 2021.
Christoph Reichwein/DPA via AP
Casas submersas pelas águas de rio que transbordou em Erdorf, na Alemanha
Harald Tittel/DPA via AP
Carro coberto em Hagen, na Alemanha, com destroços arrastados pela enchente do rio Nahma em 15 de julho de 2021. Fortes chuvas transformaram o pequeno rio em uma torrente violenta.
Roberto Pfeil/DPA via AP
Inundações na Bélgica
Na Bélgica, chuvas constantes durante a noite pioraram as inundações no leste do país, onde 18 pessoas morreram e 19 estão desaparecidas.
Cerca de 10 casas desabaram em Pepinster, após o rio Vesdre inundar a cidade. Moradores foram evacuados de mais de mil casas.
Em Liège, uma cidade de 200 mil habitantes, o rio Meuse transbordou e o prefeito pediu às pessoas que moram nas proximidades para que se refugiassem em locais mais altos.
Carro flutua no rio Meuse durante forte enchente em Liège, na Bélgica, em 15 de julho de 2021
Valentin Bianchi/AP
VÍDEO: Drones mostram ruas alagadas na Bélgica
Mais de 21 mil pessoas continuavam sem eletricidade na região da Valônia.
As principais rodovias foram inundadas nas partes sul e leste do país na quinta-feira (15), e a companhia ferroviária disse que todos os trens foram parados.
Os destroços em um rio em Verviers, Bélgica
Yves Herman / Reuters
Carros danificados em rua inundada em Mery, na província de Liege, na Bélgica, em 14 de julho de 2021
Valentin Bianchi/AP
Lojista observa enchente criar “rio” na principal rua do centro de Spa, na Bélgica, em 14 de julho de 2021
Valentin Bianchi/AP
E na Holanda, na França…
No sul da Holanda, perto das fronteiras com a Alemanha e a Bélgica, autoridades da cidade de Valkenburg evacuaram uma casa de repouso e um hospício durante a noite.
Uma enchente também transformou a rua principal da cidade turística em um rio.
Autoridades da cidade de Venlo, também no sul, evacuaram cerca de 200 pacientes do hospital devido à ameaça de inundação do rio Meuse, que transbordou em Liège, na Bélgica.
O governo holandês enviou cerca de 70 soldados à província de Limburg na noite de quarta-feira (14). Não há relatos de feridos ou mortos relacionados a enchentes na Holanda até o momento.
Chuvas excepcionalmente intensas também inundaram uma parte do nordeste da França nesta semana, derrubando árvores e forçando o fechamento de dezenas de estradas.
Uma rota de trem para Luxemburgo foi interrompida e os bombeiros evacuaram dezenas de pessoas de casas perto da fronteira com Luxemburgo e Alemanha e na região de Marne.
O equivalente a dois meses de chuva caiu em algumas áreas nos últimos dias, segundo o serviço nacional de meteorologia da França.
VÍDEO: Imagens aéreas mostram enchente na Holanda
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