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Sinos de igrejas encantam moradores e turistas em Salvador

Após 50 anos de silêncio, sinos voltaram a tocar nos campanários de Salvador graças a um projeto da Secretaria de Cultura da Bahia. Projeto em Salvador restaura sinos e devolve um som marcante à cidade.
Entre as tantas e tantas atrações da capital da Bahia, Salvador também é famosa pelas igrejas. Tem mais de uma para cada dia do ano. Elas são marcantes na paisagem e também nos sons da cidade.
Os sinos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, levam o contramestre de capoeira Raimundo dos Anjos de volta aos tempos de criança.
“O coroinha mais antigo é que subia lá, ‘trocaram’. Um fazia um sino mais agudo e o outro um timbre mais grave.”
O campanário não precisa mais de coroinhas. A igreja do século 18 ganhou um sistema que toca os sinos nos horários programados – às 12h e às 18h, como manda a tradição. Isso depois de um silêncio de 40 anos.
“Com o passar do tempo, por conta da manutenção, sinos rachados, uma série de questões estruturais, acabou se perdendo esse hábito, né?”, diz o historiador Rafael Dantas.
Os campanários estão sendo recuperados com doações da comunidade em um projeto coordenado pela Secretaria de Cultura do Estado. Só este ano, os badalos a bater voltaram em seis igrejas históricas, incluindo a catedral.
O empresário Joaci Góes, que participou da campanha de doação, afirma que os sinos transmitem serenidade.
“É uma coisa que contribui para a restauração da convivência de paz da qual nunca deveríamos nos afastar.”
A campanha também restaurou peças fora do centro histórico. As igrejas de Santo Antônio, da Graça e da Vitória ficam próximas, a menos de um quilômetro uma da outra. Os moradores passaram séculos ouvindo os sinos tocarem ao mesmo tempo anunciando as horas, as ocasiões especiais e as celebrações. A tradição acabou sendo quebrada. Historiadores dizem que esses sinos ficaram mais de 50 anos em silêncio. Agora, as badaladas das três igrejas voltaram a ecoar juntas nesta que é uma das regiões mais antigas de Salvador.
“É a alegria de ver o badalar dos sinos, a música, a sonoridade, né? Acordar a comunidade para lembrar que a igreja está em festa também, né, muito importante isso”, diz o professor André Lorenzo.
Quem visita a cidade ganhou uma atração a mais.
“É lindo de se ver, ainda mais estado aqui. Acho que isso é uma coisa que não deveria ter acabado nunca”, afirma Gleidson Ferreira, que está passeando pela capital baiana.

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