Mais de 500 espécies de animais terrestres estão à beira da extinção e provavelmente desaparecerão em 20 anos. Foto aérea mostra parte desmatada da Floresta Amazônica perto de Porto Velho. Destruição humana da natureza é uma das causas da extinção de espécies animais terrestres
Ueslei Marcelino/Reuters/Arquivo
A sexta extinção em massa está em andamento e, por ser irreversível, pode ser a ameaça ambiental mais séria à civilização, diz estudo publicado no periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) na segunda (1º).
Mais de 500 espécies de animais terrestres estão à beira da extinção e provavelmente desaparecerão em 20 anos. Em comparação, o mesmo número foi perdido durante todo o século passado. Sem a destruição humana da natureza, essa mesma taxa de perda levaria milhares de anos, segundo os cientistas.
A publicação indica que o rápido crescimento da população e das taxas de consumo humanas ameaça centenas de espécies de animais vertebrados e alerta para um efeito dominó.
“As espécies são elos nos ecossistemas e, à medida que caem, as espécies com as quais eles interagem provavelmente também cairão. Nas regiões onde as espécies extintas estão concentradas, é provável que ocorra um colapso da biodiversidade regional. Nossos resultados enfatizam a extrema urgência de ações globais maciças para salvar os sistemas cruciais de suporte à vida da humanidade”, diz parte do estudo.
O rinoceronte-de-sumatra é uma das espécies ameaçadas com menos de 1000 indivíduos
Supri/Reuters
Os pesquisadores analisaram 29.400 espécies de vertebrados terrestres para determinar quais estão à beira da extinção por terem menos de 1000 indivíduos. Foram identificaram 515 espécies com populações nessa situação e cerca de metade delas tinha menos de 250 indivíduos restantes. A maioria desses mamíferos, aves, répteis e anfíbios foi encontrada em regiões tropicais e subtropicais.
A pandemia de Covid-19, ligada ao comércio de animais silvestres, também é citada pelos cientistas como um exemplo das pressões humanas na biosfera.
“Não há dúvida, por exemplo, de que haverá mais pandemias se continuarmos destruindo habitats e trocando a vida selvagem pelo consumo humano na forma de alimento e remédios tradicionais. É algo que a humanidade não pode permitir, pois pode ser um ponto de inflexão para o colapso da civilização.”
Por fim, os cientistas enfatizam a “extrema urgência de tomar ações mundiais ampliadas para salvar as espécies selvagens e os sistemas cruciais de suporte à vida da humanidade dessa ameaça existencial.”
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