Apesar do anúncio do médico Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde, o governo não tem previsão de data para sua posse e mantém, na prática, dois ministros que insistem no discurso da continuidade na gestão da pandemia. Queiroga começou a atuar ao lado de Eduardo Pazuello, oficialmente ainda na cadeira de ministro, nesta terça-feira (16), dia mais letal desde o início da pandemia, há um ano. Foram registrada em 24 horas 2.798 vítimas fatais pela Covid-19 no país.
A troca no comando do ministério acontece por pressão de aliados e pela queda na aprovação do presidente Jair Bolsonaro – ambas motivadas pela má gestão da pandemia por parte do governo federal, o que colaborou para o colapso na saúde do país. Pesquisa Datafolha mostrou rejeição recorde ao governo no enfrentamento da pandemia e que 43% dos brasileiros veem o presidente como responsável pelo agravamento da crise sanitária.
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Segundo fontes ouvidas pelo blog no Palácio do Planalto, a posse de Queiroga não tem data por questões burocráticas. O médico é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e precisa se desvincular de atividades profissionais antes de ser efetivado no cargo. Prevista inicialmente para quinta-feira (18), a posse foi transferida para a próxima semana, mas a data não está garantida.
A demora irrita aliados do governo, porque mascara uma necessária mudança no Ministério da Saúde. Pessoas próximas a Queiroga afirmam que o médico tem sido cauteloso, em respeito a Pazuello, em anunciar as ações que irão nortear sua atuação na pandemia.
Dois aliados de Bolsonaro no Congresso afirmaram ao blog que é preciso uma resposta imediata do governo. “Nem a continuidade, nem a demora em reagir ajudam neste momento”, cobra um aliado no Senado.
“Ele [Queiroga] tem opiniões fortes e terá sua própria equipe”, diz um ministro, questionado pelo blog sobre qual autonomia terá o novo titular da Saúde em mudar tanto a equipe quanto políticas da área.
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