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Meio Ambiente

Seis fatos sobre o Círculo de Fogo do Pacífico

Região deve seu nome aos muitos vulcões localizados em seu entorno. E embaixo dela há também muitas placas em movimento: a maioria dos terremotos no mundo ocorre ali. Relâmpago vulcânico é visto em meio à nuvem de cinzas emitida pelo vulcão sobre Tagaytay City, na província de Cavite, nas Filipinas, na noite de domingo (12)
Aaron Favila/AP
A atual erupção de um vulcão nas Filipinas chama atenção para uma região do planeta marcada pela presença de vulcões e terremotos: o Círculo de Fogo do Pacífico
FOTOS da erupção do vulcão Taal, nas Filipinas
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1. Qual é o tamanho do Círculo de Fogo do Pacífico
O Círculo de Fogo do Pacífico – também conhecido como Anel de Fogo do Pacífico – é uma série de pelo menos 450 vulcões ativos ou temporariamente adormecidos ao longo de áreas costeiras.
Mapa identifica a região do Círculo de Fogo do Pacífico
Ciência/G1
Ele transcorre por toda extensão da costa do Oceano Pacífico. A cadeia vulcânica semicircular começa com uma ramificação no Oceano Índico e continua através da Indonésia, Sumatra e Malásia até a Placa das Filipinas.
A partir daí, o anel abrange toda a Placa do Pacífico, a Placa Juan de Fuca (localizada em frente à costa do Canadá e dos estados americanos de Washington e Oregon), a Placa de Cocos (localizado no Pacífico em frente à América Central) e a Placa de Nazca (em frente à América do Sul). A atividade sísmica é elevada em toda a região.
2. Qual o perigo para população da área?
Cerca de 90% de todos os terremotos no mundo ocorrem dentro deste “círculo de fogo”. Isso também significa que pessoas na Indonésia, Filipinas, Malásia, Japão, Austrália ou nos estados insulares da Melanésia, Micronésia e Polinésia têm que viver sob constantes ameaças. Também a população ao longo de toda a costa norte e sul-americana do Pacífico são afetadas.
Jovem em canoa passa por lago em torno do vulcão Taal, na cidade de Tanauan, na Filipinas, nesta segunda-feira (13)
Ted Aljibe / AFP
Mas a dimensão dos perigos não é a mesma para todos: o risco de terremotos é alto em lugares mais elevados ou perto dos limites das placas. A situação de ameaça pessoal depende muito da arquitetura e da prevenção de desastres. Ao longo das áreas costeiras, há o perigo de tsunami.
Ondas gigantes provocadas por terremotos ou atividades vulcânicas podem varrer regiões inteiras em pouco tempo. Vulcões próximos ameaçam localidades com erupções – através de gases, poeira, lava e deslizamentos de terra.
3. Por que existem tantos vulcões ao longo do “círculo de fogo”?
As placas tectônicas que formam o manto terrestre flutuam continuamente sobre camadas de rochas parcialmente sólidas e parcialmente derretidas. Nos lugares onde as placas colidem ou se despedaçam, a terra se mexe literalmente.
Moradores pescam enquanto o vulcão Taal continua em erupção em Tanauan, na província de Batangas, nas Filipinas, nesta terça (14)
Ted Aljibe/AFP
Alguns vulcões podem se formar onde o manto é dilacerado – por exemplo, no Havaí, no meio da Placa do Pacífico. A maioria dos vulcões se localiza na região de encontro das placas tectônicas. Montanhas, como os Andes na América do Sul ou as Montanhas Rochosas na América do Norte, foram criadas dessa forma.
4. O que é subducção?
Subducção é o nome de um dos processos de colisão típico do Círculo de Fogo do Pacífico. Aqui, uma placa tectônica desliza sob a outra. A imensa pressão que a placa deslocada para baixo exerce sobre o magma no interior da Terra faz com que se procure um caminho para a superfície no limiar da placa. É assim que nascem os vulcões.
No entanto, se esse processo ocorrer abaixo do oceano, também poderão surgir ilhas vulcânicas. Foi assim que as Ilhas Marianas – um arquipélago no limite entre a Placa das Filipinas e a Placa do Pacífico – surgiram.
5. Quando e onde aconteceram os piores terremotos ao longo do “anel de fogo”?
O pior terremoto conhecido abalou o Chile em 22 de maio de 1960. Ele atingiu uma magnitude de 9,5 graus na Escala Richter. O sismo detém um recorde na lista dos “Maiores terremotos desde 1900” do Serviço Geológico dos EUA.
Terremoto seguido de um tsunami devastou a região de Fukushima em 2011
Hiro Komae/AP/Arquivo
Ele é seguido por um terremoto de magnitude 9,2 no Alasca em 1962. O tremor perto da costa noroeste de Sumatra atingiu magnitude 9,1 em 26 de dezembro de 2004 e provocou um tsunami devastador no Oceano Índico. E o terremoto em frente à costa da principal ilha japonesa, em 11 de março de 2011, também levou a um gigantesco tsunami e, subsequentemente, ao desastre nuclear de Fukushima.
Os terremotos dessa lista possuem mais de 8,5 graus de magnitude e a maioria deles se encontra no Círculo de Fogo do Pacífico.
6. Por que é tão difícil prever terremotos?
Apesar das intensas observações científicas dos movimentos tectônicos e da atividade vulcânica, não se podem prever terremotos com exatidão. Mesmo que dois tremores ocorram em rápida sucessão, nem sempre é possível determinar se eles têm algo a ver um com o outro. Um sismo não precisa necessariamente provocar outro.
Alguns sismólogos questionam se as atividades humanas na crosta terrestre – como mineração, exploração de petróleo e gás ou testes nucleares subterrâneos – também podem desencadear terremotos. No entanto, é difícil apresentar evidências científicas concretas.
Uma coisa é certa: o Círculo de Fogo do Pacífico está sob constante pressão. Se um terremoto ocorre em algum lugar, a pressão ali é liberada localmente por algum tempo. Mas logo depois, ela aumenta novamente.
Assim, a única coisa que resta às pessoas da região é fazer o que torna possível uma vida com perigo: construir edifícios à prova de terremotos, evitar tanto quanto possível as áreas costeiras e instalar sistemas de alerta precoce, que possibilitem escapar de um tsunami.
E, como precaução, essas populações precisam armazenar materiais, água e comida em local seguro, para que a vida possa continuar após a catástrofe.
VÍDEO SOBRE O VULCÃO FILIPINO
Sobe para 38 mil o número de pessoas desalojadas por causa do vulcão Taal nas Filipinas

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