Cerca de 50 mil micro e pequenas empresas do setor da indústria serão acompanhadas pelo Sebrae para passarem por uma transformação digital e ampliarem sua produtividade. O compromisso foi anunciado na semana passada pela diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, durante o lançamento do Programa Brasil Mais Produtivo, que no total vai promover consultoria e ofertar serviços para 93,1 mil empresas. No total, R$ 2 bilhões serão investidos pelo governo federal e entidades parceiras.
O evento contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e dos ministros do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
“Não é exagero afirmar que a recuperação da indústria brasileira passa – necessariamente – pela pequena empresa. Nós precisamos assegurar que essa expressiva participação numérica dos pequenos negócios se reflita também em uma participação proporcional na sua contribuição para o PIB do próprio setor e do país”, ressaltou Margarete Coelho, ao lembrar que as MPE representam 95% das empresas, respondem por aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e geraram mais de 70% dos empregos formais criados em 2023.
A diretora do Sebrae apontou ainda que, em um contexto de economia globalizada, o desenvolvimento tecnológico dos pequenos tornou-se fundamental para sua sobrevivência e crescimento.
“O Sebrae não quer apenas crescimento econômico. Nós desejamos e buscamos um desenvolvimento que se faça com inclusão socioeconômica, equidade, promoção do trabalho decente e melhoria da renda. E os pequenos negócios da indústria terão um papel de protagonismo nesse processo”, Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional..
A nova fase do programa, criado em 2016, vai destinar R$ 2,037 bilhões para o engajamento digital de 200 mil indústrias, com atendimento direto a 93,1 mil empresas nos próximos três anos. As instituições financiadoras BNDES, Finep e Embrapii agora se somam às parcerias já consolidadas com ABDI, Sebrae e SENAI – esses dois últimos como executores e com aporte de recursos próprios.
“O Brasil, há 40 anos perde produtividade, mesmo com o aumento da escolaridade temos essa queda. Temos que agir na causa dos problemas para ter um crescimento forte, sustentável, que gere emprego e renda para a nossa população”, destacou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Durante o evento de lançamento, ele ainda ressaltou uma série de medidas que tem contribuído para um melhor ambiente de negócios, como a queda de juros, o câmbio, as exportações, a desburocratização e a reforma tributária. Além disso, chamou atenção para a sustentabilidade. “Tudo isso deve promover um desenvolvimento inclusivo, com estabilidade e sustentabilidade. A neoindustrialização é inovadora e verde”, concluiu.
Por sua vez, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, exaltou a inovação de reunir diversos parceiros nesta iniciativa. “A ideia de centralizar tudo, juntamente com as entidades que vão capacitá-los e as financiadoras será importante para ter os micro e pequenos negócios como aliados. Queremos ajudá-los e, para isso, precisamos identificá-los, organizá-los e financiá-los”, apontou. A ideia foi reforçada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. “Essa é uma entrega impactante para a produtividade das MPEs. Muitas vezes os empreendedores não têm oportunidade de planejar como serem competitivos e melhorar sua produtividade e nós estamos dando este passo”, avaliou.
Já a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, assinalou as ações que o MCTI executará no Programa Brasil Mais Produtivo e alertou sobre a importância de colocar o tema da transição energética na pauta. “O Brasil precisa continuar liderando esse caminho e para isso temos que ter esse esforço do governo e que se dê na produção da micro e pequena empresa”, disse.
Fonte: Ascom/Sebrae
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