Com receio de não ter mercado em meio à pandemia, produtores de Uruana plantaram menos. A colheita deve ser 40% menor, mas preço do quilo aumentou de cerca de R$ 0,30 para R$ 0,70. Safra de melancia em cidade de Goiás será menor este ano, mas preço compensará produtores
A safra de melancia na cidade de Uruana, região central de Goiás, será 40% menor este ano, mas os produtores esperam receber mais pela venda da fruta.
Com receio de não ter mercado por causa da pandemia do coronavírus, os agricultores da região plantaram menos e devem sair das lavouras 110 mil toneladas, 40 mil toneladas a menos que na última safra.
“Hoje estamos carregando a 70 centavos o quilo. Se todo mundo tivesse plantado a quantidade certa, nós estaríamos vendendo a melancia a 30 centavos, 40 centavos”, diz o produtor rural Diogo Oliveira.
Apesar da redução da produção, o clima seco e quente tem ajudado no cultivo da melancia. “Essa é uma das exigências da cultura da melancia, um clima quente e seco. Isso acontece muito agora nessa época e vai até o final de setembro, início de outubro”, diz o produtor Ênio Gomes Gontijo.
O clima favorável tem deixado os agricultores da região animados com a colheita da segunda safra. Na fazenda do produtor Fernando Ribeiro, por exemplo, o plantio da próxima temporada já começou e os frutos devem ser colhidos a partir de setembro.
Para reduzir os custos da produção, ele trocou o sistema de irrigação da sua lavoura de 25 hectares.
“Essa é uma lavoura que a gente não pode errar. O custo dela é muito alto. A gente que trabalha no campo trabalha sempre com expectativa, nunca pensando que não vai dar nada. É aquele ditado antigo: quem planta colhe. E a gente pensa em colher da melhor maneira para fechar com chave de ouro o ano”, diz Ribeiro.
A produção da melancia movimenta mais de 80% da economia de Uruana. Somente a safra atual deve movimentar R$ 38 milhões.
Goiás está entre os principais produtores de melancia do país e a safra total do estado deve chegar a 200 mil toneladas.
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