Rondônia acumula 27 mortes e 1.279 casos de indígenas com Covid-19, aponta entidade thumbnail
Meio Ambiente

Rondônia acumula 27 mortes e 1.279 casos de indígenas com Covid-19, aponta entidade

Dados foram levantados pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) até o dia 14 de setembro. Doença já se espalhou por 15 povos da região. Aldeia indígena em Rondônia.
Reprodução/Rede Amazônica
Os casos confirmados do novo coronavírus entre os indígenas de Rondônia chegou a 1.279. O número corresponde ao levantamento computado até 14 de setembro pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Já são 27 mortes em decorrência da Covid-19 entre os povos. Outros 70 indígenas estão sob suspeita de infecção.
Conforme a COIAB, os povos indígenas atingidos em Rondônia pela Covid-19 são:
Aikanã;
Arara Karo;
Cinta Larga;
Kanoê;
Karitiana;
Karipuna ;
Kassupa;
Mura;
Oro War;
Paiter Suruí;
Piripkura;
Puruorá;
Sakirabiat;
Tuparo; e
Wajuru.
O estado com mais povos atingidos é o Amazonas (35), seguido de Pará (25) e Mato Grosso (17). Rondônia aparece em quarto lugar com 15 comunidades indígenas afetadas. A COIAB também cita que há 634 casos suspeitos, 23.157 casos confirmados e 649 mortes registradas em 128 povos indígenas da Amazônia por causa do Sars-Cov-2.
O levantamento da organização é feito com base em boletins informativos e notas de falecimento emitidas pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, além de relatos de lideranças indígenas, profissionais da saúde indígena e organizações que fazem parte da rede da entidade.
Reforço aos indígenas
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Vilhena realiza ações de combate ao novo coronavírus em aldeias indígenas do povo Suruí. A ação é uma reivindicação do próprio povo, que já tem quatro mortes por causa do vírus. Os atendimentos dentro das aldeias começaram nesta semana e devem se estender até a próxima sexta-feira (18).
Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos participam dos atendimentos. Para isso, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) disponibilizou medicamentos e equipamentos de proteção individual.
O objetivo é fazer busca ativa, diagnóstico e tratamentos dos pacientes suspeitos e confirmados com o novo coronavírus. Nesta primeira etapa, a equipe visitará nove aldeias Suruí, com estimativa de quase 600 atendimentos. Os indígenas são atendidos nas próprias casas.
Em caso de diagnóstico positivo, o indígena será avaliado pelo médico. Se os sintomas forem leves ou um assintomático, o paciente permanecerá em isolamento em uma unidade de saúde dentro da própria aldeia. Porém, se o caso for médio ou grave, esse indígena vai ser levado ao hospital da cidade.
A segunda etapa da ação será aos povos Cinta Larga, que acumula cinco óbitos por Covid-19. Já a terceira ocorrerá em Juína, no Mato Grosso, com atendimento aos indígenas das etnias Cinta Larga e Rikbaktsa.
Alerta do avanço
Em meados de abril deste ano, entidades já alertavam sobre o perigo do avanço do novo coronavírus entre as aldeias do estado. Dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), informou à época que o Cimi orienta que os indígenas cumpram com as recomendações das autoridades de saúde de permanecerem dentro das aldeias para evitar a disseminação da doença.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) respondeu na ocasião, por meio da assessoria, que se mobiliza para atuar no combate ao novo coronavírus, assim como os demais órgãos do Governo Federal.
Também negou que exime das obrigações legais, “sempre primando pelo zelo e atenção em suas ações, as quais repercutem diretamente sob o modo de vida dos indígenas neste momento atípico”.
Curva em ascensão
Rondônia registrou 514 novos casos de Covid-19 e 16 mortes nesta terça-feira (15), segundo dados disponibilizados em boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa).
Com os novos números, o estado chega a 61.260 diagnósticos do novo coronavírus e 1.269 vítimas fatais da doença.
As cidades com maior número de óbitos registrados são:
Porto Velho – 680
Guajará-Mirim – 87
Ariquemes – 84
Ji-Paraná – 64
Vilhena – 52
Cacoal – 30
Já as cidades com maior número de casos da doença são: Porto Velho (28.447), Ariquemes (5.044), Vilhena (3.359), Guajará-Mirim (2.905), Ji-Paraná (2.525), Cacoal (2.052), Jaru (1.682), Rolim de Moura (1.404), Candeias do Jamari (1.377) e Machadinho D’Oeste (1.172).
Initial plugin text

Tópicos