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Rondônia acumula 1.135 casos de Covid-19 entre indígenas e doença já atinge 15 povos

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) também revela que há 24 mortes. Bioma soma 629 mortes e 21.867 diagnósticos entre indígenas, conforme entidade. Quinze povos indígenas de Rondônia já foram atingidos pelo avanço do novo coronavírus, diz Coiab.
Reprodução/Rede Amazônica
O número de casos confirmados do novo coronavírus entre os indígenas de Rondônia chegou a 1.135. O levantamento é da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), divulgado na última terça-feira (1º). Até 31 de agosto, a entidade confirma que há 24 mortes em decorrência do Sars-Cov-2 no estado.
Os dados da COIAB apontam que os diagnósticos da Covid-19 estão concentrados em 15 povos indígenas da região, representando 11,9% de toda a Amazônia, que tem 126 etnias atingidas pela doença.
Os mais de 20 óbitos em Rondônia ocorreram em 10 povos, entre eles Paiter Suruí, que já soma três mortes. Nesta semana, a liderança indígena Almir Suruí informou que 159 casos do Sars-Cov-2 foram confirmados na etnia e um indígena está internado na UTI.
Os 15 povos atingidos pelos vírus, segundo a COIAB, são:
Aikanã,
Arara Karo,
Cinta Larga,
Kanoê,
Karitiana,
Karipuna,
Kassupa,
Mura,
Oro War,
Paiter Suruí,
Piripkura,
Puruborá,
Sakirabiat,
Tupari e
Wajuru.
Levantamento mais recente da COIAB aponta que 126 povos indígenas da Amazônia já foram atingidos pela Covid-19.
Divulgação/COIAB
Na Amazônia, já são 795 casos suspeitos, 21.867 confirmações e 629 óbitos por causa do vírus, segundo a entidade. O estado do bioma com mais casos entre indígenas é o Amazonas, com 5.046 confirmações. Já a região com mais mortes é o Mato Grosso, com 258 óbitos.
O levantamento da COIAB é feito com base em boletins informativos e notas de falecimento emitidas pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, além de relatos de lideranças indígenas, profissionais da saúde indígena e organizações que fazem parte da rede da organização.
Em meados de abril deste ano, entidades já alertavam sobre o perigo do avanço do novo coronavírus entre as aldeias do estado. Dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), informou à época que o Cimi orienta que os indígenas cumpram com as recomendações das autoridades de saúde de permanecerem dentro das aldeias para evitar a disseminação da doença.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) respondeu na ocasião, por meio da assessoria, que se mobiliza para atuar no combate ao novo coronavírus, assim como os demais órgãos do Governo Federal. Também negou que exime das obrigações legais, “sempre primando pelo zelo e atenção em suas ações, as quais repercutem diretamente sob o modo de vida dos indígenas neste momento atípico”.
Para muitos indígenas, a pandemia lembra um passado sombrio. Quando os europeus navegaram os rios da floresta tropical amazônica pela primeira vez, sua varíola dizimou tribos locais. Mais tarde, seringueiros, garimpeiros e colonos espalharam malária, sarampo e gripe. Agora é a Covid-19.
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