Relatório de ONG internacional aponta 24 assassinatos de ativistas no Brasil em 2019; 10 deles eram indígenas thumbnail
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Relatório de ONG internacional aponta 24 assassinatos de ativistas no Brasil em 2019; 10 deles eram indígenas

Global Witness registrou o maior número de mortes desses ativistas no mundo no ano passado: 212. Brasil está em terceiro lugar, depois de Colômbia e Filipinas. Entre os 10 indígenas assassinados, oito estavam na Amazônia
AFP
A ONG internacional Global Witness publicou nesta terça-feira (28) um relatório que contabiliza o número de assassinatos de ativistas ambientais e defensores dos direitos humanos em 2019. No Brasil, foram 24 mortos, sendo que 10 eram indígenas. No mundo, os crimes bateram recorde no ano passado: 212 pessoas executadas.
Veja destaques do relatório:
O Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de assassinatos de ativistas;
Em 2018, o mesmo relatório apontava 20 mortes no país – ou seja, morreram 4 pessoas a mais no ano passado;
Colômbia e Filipinas são os países com o maior número de assassinatos: 64 e 43, respectivamente
Dos 24 defensores mortos no Brasil, 10 eram indígenas, nove campesinos, dois de familiares ligados a ativistas, um servidor público e dois classificados como outros. Os estados que mais registraram mortes foram Pará (7), Amazonas (5), Maranhão (4) e Mato Grosso (2). Amapá, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco e Rondônia registraram, cada estado, um assassinato.
Entre os 10 indígenas assassinados, oito eram da Amazônia: Amazonas (4), Maranhão (3) e Amapá (1). Os outros dois, um do Mato Grosso do Sul e um do Paraná.
“Há um aumento comparado com as 20 mortes que documentamos no ano anterior. No entanto, é importante dizer que os assassinatos representam apenas o ponto mais nítido dos riscos que os ambientalistas enfrentam. Então, no Brasil, ameaças, fustigamento, criminalização, e também ataques contra os parentes dos defensores e defensoras são comuns”, disse Ben Leather, ativista sênior da Global Witness.
“No ano passado, os indígenas tiveram 100 vezes mais chance de serem assassinados do que qualquer outro defensor ou defensora da terra. Eles representaram 42% dos assassinados que nós documentamos no Brasil, mas apenas 0,4% da população”, completou.
O relatório contabiliza as mortes de ativistas ambientais e dos direitos humanos desde 2012. São pessoas que atuam no combate à degradação do clima, uso indevido da terra e defesa dos direitos humanos, com frequente oposição a indústrias com utilização intensa de carbono e sem políticas sustentáveis. De acordo com a ONG, quatro defensores são mortos por semana desde o Acordo do Clima em Paris, em 2015.
Veja o número de assassinatos por país:
Colômbia: 64
Filipinas: 43
Brasil: 24
México: 18
Honduras: 14
Guatemala: 12
Venezuela: 8
Índia: 6
Nicarágua: 5
Indonésia: 3
República Democrática do Congo: 2
Burkina Faso: 2
Romênia: 2
Cazaquistão: 2
Uganda: 1
Peru: 1
Camboja: 1
Bolívia: 1
Gana: 1
Quênia: 1
Costa Rica: 1
Quase metade de todas as mortes ocorreram nos dois primeiros países: Colômbia e Filipinas. A mineração foi o setor que mais teve relação com os assassinatos no mundo, com 50 defensores mortos em 2019. Mais da metade desses assassinados pertenciam a comunidades afetadas na América Latina. As Filipinas foram o país com maior número absoluto, com 16 pessoas assassinadas e relacionadas ao setor.
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