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Queda da inflação não está ganha, mas está encaminhada e exige equilíbrio das contas, diz presidente do BC

Ele avaliou que as contas públicas ainda estão “desancoradas” em relação às metas propostas. Também nesta terça, o ministro Fernando Haddad, cobrou que o Banco Central que siga “fazendo seu trabalho”, em uma alusão ao processo de corte da taxa básica de juros da economia. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (5) que o processo de queda da inflação no Brasil ainda não está “ganho”, mas encaminhado.
E acrescentou que as contas públicas ainda estão “desancoradas” em relação às metas propostas, e que é preciso passar um recado que elas serão equilibradas.
“O fiscal está desancorado, e a expectativa de inflação um pouco acima da meta [para os próximos anos]. A gente precisa trabalhar em conjunto para que melhore as expectativas para frente. É importante fazer o dever de casa, passar uma mensagem de consolidação fiscal, que estamos trabalhando juntos o fiscal e monetário. Foi um ano melhor que o esperado. É preciso um recado que o fiscal [contas públicas] está em equilíbrio”, declarou Campos Neto.
A declaração foi dada na Frente Parlamentar do Empreendedorismo, no mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad pediu que o Banco Central que siga “fazendo seu trabalho”, em uma alusão ao processo de corte da taxa básica de juros da economia.
Contas públicas
O controle das contas públicas, citado por Campos Neto, é uma atribuição da área econômica do governo federal, que é liderado pelos Ministérios da Fazenda, sob o comando de Haddad, e do Planejamento, chefiado pela ministra Simone Tebet.
No mês passado, o governo elevou sua projeção para o déficit das suas contas para R$ 177,4 bilhões neste ano. No começo do ano, a área econômica buscava um rombo próximo de R$ 100 bilhões em 2023.
Para 2024, o governo propôs, na nova regra para as contas públicas e no orçamento federal, zerar o déficit das contas públicas. Para isso, tem proposto medidas de aumento de arrecadação.
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Em pesquisa realizada na semana passada pelo Ministério da Fazenda com o mercado financeiro, a projeção é de que as contas do governo registrem um rombo de R$ 90,2 bilhões no próximo ano.
Inflação e juros
O Banco Central começou a reduzir a taxa básica da economia em agosto deste ano. Desde então, forem três cortes consecutivos, para 12,25% ao ano – o menor patamar desde maio de 2022.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado do BC que define a taxa de juros, acontece na próxima semana. A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa caia novamente, para 11,75% ao ano.
Nesta terça-feira, Campos Neto reafirmou a indicação do BC de que o juro básico deve ter mesmo nova queda na semana que vem. Ele avaliou que a dinâmica da inflação no Brasil, em desaceleração, abre espaço para a continuidade da queda dos juros.
Segundo ele, perseverar nas metas, na disciplina fiscal e monetária, é o que garante crescimento sustentado no longo prazo.

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