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Proposta pelo Fim da Escala 6×1 Recebe Apoio Popular Massivo, Mas Enfrenta Resistência no Congresso.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) para abolir a escala de trabalho 6×1, em que o trabalhador atua seis dias por semana e descansa apenas um, ganhou forte apoio popular, com 1,3 milhão de assinaturas online. No entanto, o projeto, apresentado pela deputada Erika Hilton (PSol-SP) e formulado pelo movimento social Vida Além do Trabalho (VAT), ainda precisa do apoio de mais parlamentares para avançar no Congresso. Até agora, apenas 71 dos 171 deputados necessários endossaram a PEC.

A proposta busca alterar a Constituição e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que hoje permite um dia de descanso semanal. O objetivo é oferecer mais flexibilidade, possibilitando outras configurações de jornadas, como a escala 4×3, que proporcionaria mais dias de descanso. A medida é popular entre trabalhadores de setores como o comércio e a indústria, onde a carga horária é vista como exaustiva.

Apoio e Críticas no Congresso
Todos os 13 deputados do PSol apoiaram a PEC, mas o mesmo não aconteceu com todos os partidos de esquerda. Dos 68 parlamentares do PT, apenas 37 assinaram o projeto. No total, deputados do PCdoB, PDT, PSB, Rede, União Brasil, PSD e outros partidos de direita e centro-direita manifestaram apoio em menor número. Por outro lado, o PL se posicionou contra a proposta, embora o deputado Fernando Rodolfo (PL-PE) tenha demonstrado apoio.

Críticos da PEC, sobretudo partidos de direita, argumentam que o fim da escala 6×1 aumentaria os custos para as empresas, que precisariam contratar mais trabalhadores para cobrir os turnos. Erika Hilton rebate, defendendo que a redução da jornada de trabalho aumenta a produtividade e o bem-estar dos funcionários, sendo uma tendência global apoiada por estudos.

Mobilização Popular nas Redes Sociais
A campanha pelo fim da escala 6×1 foi um dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) durante o fim de semana, alcançando mais de 135 mil postagens. A pressão popular também se refletiu em cobranças direcionadas a políticos contrários à proposta, como os deputados bolsonaristas Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cujas redes sociais foram inundadas por comentários de eleitores que questionam a carga horária flexível dos parlamentares frente às jornadas intensivas de muitos brasileiros.

Tramitação da Proposta
A PEC ainda está na fase de coleta de assinaturas e precisa do apoio de 171 deputados para ser formalmente apresentada à Mesa Diretora da Câmara. Após essa etapa, o projeto deverá passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovado, seguirá para uma Comissão Especial. A proposta ainda precisará do voto de três quintos dos deputados em dois turnos e, caso passe sem alterações, segue para o Senado, onde enfrentará um rito similar antes de ser sancionada.

A mobilização popular pode ser determinante para impulsionar o avanço da PEC, pressionando parlamentares a endossarem a proposta e dando voz a milhões de trabalhadores em busca de jornadas de trabalho mais flexíveis e equilibradas.

Fonte:Correio Braziliense
Foto:Metrópoles

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