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Pronunciamento de Bolsonaro é repudiado nas redes sociais, aponta levantamento da FGV

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na noite desta terça-feira (24), no qual criticou medidas de isolamento para combater o novo coronavírus e chamou a doença Covid-19 de “gripezinha”, mobilizou as redes sociais e levou a uma enxurrada de interações.
Em três horas e meia, das 20h30 (horário do início do pronunciamento) à meia-noite, foram 3,5 milhões de interações no Twitter – 80% negativas, segundo dados da Sala de Democracia Digital, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (Dapp-FGV).
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A Dapp-FGV faz levantamentos semanais sobre os temas debatidos nas redes sociais para aferir a percepção social nos ambientes digitais de temas da agenda pública. Desde o início de março, vem monitorando as interações nas redes sociais sobre a Covid-19.
No YouTube, as reações negativas superaram as positivas a partir do final da fala de Bolsonaro em cadeia nacional de rádio e televisão.
A repercussão da fala do presidente no meio político foi repleta de críticas. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre – em quarentena após ter sido infectado pelo coronavirus – afirmou que as declarações do presidente foram “graves” e que falta ao país “liderança séria”.
Governadores, políticos, ministros do Supremo Tribunal Federal e entidades da sociedade civil também criticaram o presidente.
Desde 12 de março, o debate do coronavírus resultou em 50 milhões de postagens no Twitter sobre a pandemia, segundo a Dapp-FGV. Na terça, se atingiu o pico histórico de debate diário observado pela FGV-Dapp desde o começo de março, com 6 milhões de postagens – mais da metade após o pronunciamento.
Resultado de levantamento da Dapp-FGV sobre a Covid-19 no Twitter
Reprodução
Três grupos se consolidaram na discussão sobre a Covid-19 desde o começo de março (veja no gráfico acima): a base de direita bolsonarista, uma à esquerda de oposição ao governo e um terceiro grupo, não alinhado à esquerda ou direita e que se dedica a discutir temas como quarentena, dicas de higiene e informações sobre o avanço do vírus em outros países.
Esse terceiro grupo não alinhado tem conquistado espaço e já corresponde a 60% das interações, com críticas à resposta dada pelo governo.
Na noite desta terça-feira, o a reação de repúdio foi tão grande que as interações contrárias ao presidente fundiram o grupo não alinhado ao de esquerda, enquanto a base de apoio do presidente teve apenas 7%.

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