Direto do Planalto

Projeto apoiado pelo MDR vence prêmio com trabalho de recuperação de áreas degradadas da caatinga

Em parceria com o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Univasf, já foram plantadas mais de 84 mil mudas de espécies nativas do bioma e semeadas mais de sete toneladas de sementes para cobertura do solo

Brasília (DF) – A caatinga é considerada a área com maior biodiversidade entre as regiões semiáridas de todo mundo. Apesar disso, é um dos ambientes com menor investimento histórico em pesquisas biológicas e florestais. Na contramão dessa realidade, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) vêm realizando, desde 2015, trabalhos de pesquisa e recuperação de áreas degradadas no bioma, com vários resultados já alcançados.

Um deles foi o reconhecimento do Diálogo Florestal, organização vinculada ao setor florestal que atua na mediação de conflitos entre esse setor econômico e diferentes atores e comunidades em todo o território brasileiro. Como caso de sucesso na categoria “Larga escala”, a experiência do MDR e do Nema integra a 10ª edição da série Cadernos do Diálogo, disponível para leitura gratuita. A edição do prêmio deste ano teve como tema “desafios para ganhar escala na restauração florestal” e contou com 19 projetos inscritos.

Essa edição do Caderno apresenta a importância da construção de um novo pacto social para, além de plantar árvores, considerar o respeito à diversidade e a proteção dos recursos naturais no contexto da emergência climática e das perdas de ecossistemas. Somado a isso, a necessidade de olhar para a soluções baseadas na natureza, a escuta ativa, a dignidade humana e os direitos dos povos tradicionais e indígenas.

As ações e pesquisas para recuperação da caatinga são realizadas pelo Nema nas áreas de influência do Projeto de Integração do Rio São Francisco, sendo parte do Plano Básico Ambiental-09 executado em parceria com o MDR. Com modelos criados especificamente para essas áreas, já foram plantadas mais de 84 mil mudas de espécies nativas da caatinga (foto no alto) e semeadas mais de sete toneladas de sementes para cobertura do solo (foto à esquerda). Todas essas atividades são gerenciadas por meio de software também criado pelo Núcleo.

Para o coordenador do Nema, professor Renato Garcia, o prêmio é um aditivo para continuar o desafio de recuperar áreas muito degradadas da caatinga, devido aos impactos da obra do Projeto São Francisco, além dos fatores climáticos e logísticos. “Nós utilizamos o licenciamento ambiental como forma de investimento, envolvendo principalmente a Universidade e o MDR, que abraçou a ideia de realmente recuperar as áreas, juntamente com os órgãos licenciadores e empreiteiras. Essa articulação de atores muito diferentes com um único objetivo de recuperar as áreas degradadas na caatinga tornou o trabalho um sucesso”, afirma.

O Nema trabalha com recuperação de áreas degradadas desde 2014, com ações diretamente relacionadas à vegetação, como também aos recursos hídricos, elaborando novos modelos e aprimorando várias técnicas.

Atualmente, o Nema é responsável por realizar atividades de compensação ambiental, juntamente com o MDR, dos seguintes Planos Básicos Ambientais (PBAs) do Projeto São Francisco: Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PBA-09), Subprograma Flora do Programa de Conservação da Fauna e Flora  (PBA-23), Programa de Prevenção à Desertificação (PBA-24), Ramal do Agreste: Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PBA-09) e Subprograma Flora do Programa de Conservação da Fauna e Flora  (PBA-17).

*Com informações do Nema

Fonte: www.gov.br
Fotos: Nema/Univasf

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