López Obrador disse que país vai reduzir produção em 100 mil barris por dia, um dia depois de acordo da Opep e aliados. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta sexta-feira (10) que chegou a um acordo com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para reduzir a produção de petróleo, depois de um acordo entre os principais produtores do mundo para diminuir o fornecimento.
“O presidente Trump entrou em contato conosco, conversei com ele e alcançamos um acordo para diminuir 100.000 barris (diariamente)”, declarou o presidente em entrevista coletiva.
Países chegam a acordo para corte de 10 milhões de barris por dia na produção de petróleo
Ele acrescentou que, para compensar, “os Estados Unidos se comprometem em reduzir, além do que iria entregar, 250.000 (barris por dia)”.
Campo de petróleo em Vaudoy-en-Brie, na França
Christian Hartmann/Reuters
O anúncio ocorre horas depois que os principais países produtores de petróleo concordaram em reduzir a produção mundial em 10 milhões de barris por dia em maio e junho, diante do colapso dos preços.
O grupo de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outras nações produtoras anunciaram em comunicado que o acordo estava condicionado ao consentimento do México.
López Obrador explicou que o acordo com Trump “já é formal”. “Ou seja, já cumprimos esse assunto”, esclareceu.
Problemas anteriores
O presidente disse que, na reunião dos países produtores de petróleo, que durou várias horas na quinta-feira (9), o México explicou que era muito difícil reduzir 400.000 barris por dia, conforme solicitado, devido aos problemas que teve para elevar a produção.
“Eles estavam nos pedindo uma queda como a da Arábia Saudita, como a da Rússia, da ordem de 23% da produção”, afirmou. “Mantemos a nossa posição até o fim porque foi preciso muito esforço para aumentar a produção”.
López Obrador ressaltou que, durante 14 anos, o México deixou cair sua produção de petróleo, pela qual culpou a reforma energética do governo anterior, que abriu o setor à iniciativa privada.
“Eles estimaram que com a reforma energética viria o investimento estrangeiro. Firmaram contratos, estimaram que produziríamos três milhões de barris por dia, e a verdade é que nós (o governo) recebemos uma produção de um milhão, 700.000 barris”, afirmou.
O México teve um declínio na produção de petróleo nos últimos anos, que passou de 3,4 milhões de barris por dia em 2004 para 1,7 milhão de barris por dia hoje.
O governo López Obrador injetou cerca de 10 bilhões de dólares na estatal Petróleos Mexicanos (Pemex), que considera um baluarte da soberania nacional, para aliviar suas finanças problemáticas e aumentar a produção.
Apesar de seu governo não ter cancelado a participação da iniciativa privada na indústria de petróleo, não emitiu novos contratos de exploração.
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