“Chegamos a um acordo com o grupo mais importante de detentores de bônus que nos permitirá reduzir a dívida em US$ 1,5 bilhão”, comemorou o presidente Lenín Moreno no Twitter. Presidente do Equador, Lenín Moreno, participa de reunião ministerial em 10 de outubro
Presidência do Equador / AFP
O governo do Equador anunciou nesta segunda-feira (6) que chegou a um acordo de princípio com os credores para renegociar as condições de pagamento de quase US$ 17,4 bilhões em títulos com vencimentos até 2030.
“Chegamos a um acordo com o grupo mais importante de detentores de bônus que nos permitirá reduzir a dívida em US$ 1,5 bilhão”, comemorou o presidente Lenín Moreno no Twitter.
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A renegociação também permitirá “baixar os juros de 9,3 para 5,2% (anual), prolongar o prazo por mais 10 anos e 5 anos de carência para pagamento do principal. Com isso, liberaremos mais de US$ 16 bilhões (dólares) , nos próximos 10 anos”, acrescentou.
Depois ele disse em um vídeo, divulgado pela mesma rede social, que a conquista chega “em um momento crítico” para a economia equatoriana e servirá para proteger a dolarização, implantada no ano 2000.
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“Conseguimos o que para outros países é difícil de alcançar no momento atual”, afirmou, referindo-se à árdua renegociação da Argentina com seus credores.
“Conseguimos que os credores nos esperem até nos recuperarmos” da crise econômica, disse o ministro da Economia, Richard Martínez, em uma coletiva de imprensa virtual.
Ele explicou que o Equador, em uma crise econômica agravada pela pandemia de coronavírus, conseguiu reorganizar em três grupos a dívida em títulos com vencimentos anuais entre 2022 e 2030, totalizando 17,37 bilhões de dólares, sem qualquer meio de pagamento vinculado ao petróleo nem às exportações de outros produtos.
O ministro destacou que os “novos” títulos equatorianos, por cerca de US$ 15,9 bilhões com a queda pela renegociação, devem ser pagos em 2030 (cerca de 3,8 bilhões), 2035 (8,6 bilhões) e 2040 (3,5 bilhões).
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“De agora até 2025, não pagaremos quase 11 bilhões de dólares (…) e até 2030, reduziremos esse fluxo em quase 16 bilhões. Esse pagamento está adiado”, explicou Martínez, apontando: “Dobraremos o prazo da dívida existente, passando de 6,1 anos em média para 12,7 anos”, estendendo os vencimentos até 2040.
“Este é um primeiro passo positivo para o maior grupo de credores. Estamos confiantes de que esse progresso será apoiado pelos outros detentores de dívida para fecharmos a negociação de acordo com os procedimentos correspondentes”, resumiu.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a expressar apoio ao governo equatoriano.
“Embora essas negociações sejam uma questão entre o Equador e seus credores, esperamos que todas as partes envolvidas continuem trabalhando para finalizar um acordo que, juntamente com outros esforços, é essencial para ajudar a colocar a dívida pública em um caminho sustentável”, afirmou o porta-voz da agência, Gerry Rice, via Twitter.
Ele acrescentou que o acordo entre Quito e um grande grupo de credores “sugere que esse processo está progredindo de maneira oportuna e construtiva”.
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