Companhias pararam de anunciar nas plataformas da rede social e aderiram à campanha Stop Hate For Profit, que exige a tomada de medidas mais rígidas contra conteúdos racistas. A marca de sorvete Ben & Jerry’s é controlada pelo conglomerado Unilever
Getty Images/BBC
A marca de sorvetes Ben & Jerry’s se juntou a uma lista crescente de empresas que, durante o mês de julho, decidiram retirar sua publicidade das plataformas comandadas pelo Facebook.
Além do próprio Facebook, a empresa que Mark Zuckerberg administra é dona do Instagram e do WhatsApp — o conglomerado também soma 80 outras empresas menos conhecidas.
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Esse boicote faz parte da campanha Stop Hate For Profit (Pare de lucrar com o ódio, em tradução livre), que exige que o Facebook tome medidas mais rígidas contra a disseminação do ódio e de conteúdos racistas.
O Facebook tem uma receita anual de US$ 70 bilhões (cerca de R$ 371 bilhões) apenas em publicidade.
A campanha acusa a rede social de “amplificar as mensagens dos supremacistas brancos” e de “permitir mensagens que incitam violência”.
A Ben & Jerry’s, de propriedade da gigante britânica Unilever, tuitou que “vai parar de anunciar no Facebook e no Instagram nos Estados Unidos”.
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Outras marcas
No início desta semana, as marcas de equipamentos para atividades ao ar livre The North Face, Patagonia e REI se juntaram à campanha.
“Das eleições seguras à pandemia global e à justiça racial, os riscos são altos demais para que a empresa (Facebook) continue sendo cúmplice na disseminação da desinformação e no fomento ao medo e ao ódio”, escreveu a empresa Patagonia no Twitter.
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A Ben & Jerry’s disse que concorda com a campanha. “Todo mundo pediu ao Facebook para tomar medidas mais rigorosas para impedir que suas plataformas de mídia social sejam usadas para dividir nossa nação, anular os eleitores, incentivar e alimentar o racismo e a violência e minar nossa democracia”, escreveu a marca.
Após a morte de George Floyd por policiais brancos, em maio, o CEO da Ben & Jerry, Matthew McCarthy, disse que “as empresas precisam ser responsáveis” e implementou planos para aumentar a diversidade na companhia.
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Manifestantes se reúnem em frente a uma loja de bebidas em chamas perto da Terceira Delegacia de Polícia em Minneapolis, nos EUA, nesta quinta (28), durante um protesto pela morte de George Floyd
Kerem Yucel/AFP
No início desta semana, a plataforma de trabalho independente Upwork e o desenvolvedor de software de código aberto Mozilla também se juntaram à campanha.
Por outro lado, o Facebook prometeu “promover a equidade e a justiça racial”.
“Estamos tomando medidas para revisar nossas políticas, garantir diversidade e transparência ao tomar decisões sobre como aplicamos nossas políticas, além de promover a justiça racial e a participação dos eleitores em nossa plataforma”, afirmou a rede social neste domingo.
A declaração também descreveu os padrões comunitários da empresa, que incluem o reconhecimento da importância da plataforma como um “lugar onde as pessoas podem se comunicar”.
“Levamos nosso papel a sério para evitar abusos de nosso serviço.”
‘Não ao ódio’
A campanha Stop Hate for Profit foi lançada na semana passada por grupos de defesa dos direitos civis dos Estados Unidos, como a Liga AntiDifamação, a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor e a organização Color Of Change.
O movimento afirma que a campanha é “uma resposta à longa história do Facebook de permitir que conteúdos racistas, violentos e falsos sejam disseminados em sua plataforma”.
O Stop Hate for Profit pediu aos anunciantes que pressionem a empresa a tomar medidas mais rígidas contra o conteúdos de ódio e de racismo em suas plataformas, retirando o investimento em publicidade durante o mês de julho.
Segundo a empresa de consultoria eMarketer, o Facebook é a segunda maior plataforma de anúncios digitais nos Estados Unidos, atrás apenas do Google.
Mark Zuckerberg administra um conglomerado de negócios que inclui Facebook, Instagram e WhatsApp
REUTERS/Carlos Jasso
O Facebook e seu CEO, Mark Zuckerberg, são frequentemente criticados ao lidar com questões controversas.
Neste mês, os funcionários da empresa se manifestaram contra a decisão da gigante da tecnologia de não remover ou marcar uma publicação do presidente Donald Trump.
No Twitter, a mesma mensagem de Trump foi classificada com uma etiqueta que alertava que o post “incentivava a violência”.
A Unilever, empresa controladora da Ben & Jerry’s, não respondeu aos questionamentos da BBC.
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