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Polícia Ambiental apreende macacos-prego mantidos irregularmente em cativeiro em residência em Regente Feijó

Homem de 30 anos identificado como responsável pelos animais apresentou notas fiscais falsas aos militares e foi autuado nesta sexta-feira (27). Macacos-prego eram mantidos em cativeiro em Regente Feijó
Polícia Militar Ambiental
A Polícia Militar Ambiental apreendeu nesta sexta-feira (27) dois macacos-prego que, segundo a corporação, eram mantidos irregularmente em cativeiro em uma residência no Jardim Tropical, em Regente Feijó (SP).
Ainda de acordo com a polícia, o homem de 30 anos identificado como responsável pelos animais apresentou documentos falsos para justificar a origem dos macacos, o que foi constatado pelos militares que prestaram atendimento à ocorrência no local.
A polícia informou que, durante patrulhamento pelo bairro, os militares avistaram os macacos-prego mantidos em cativeiro em um viveiro de ferro em uma residência.
O responsável pelos bichos apresentou aos policiais duas notas fiscais avulsas preenchidas em nome de um criador comercial de animais silvestres da cidade de Xanxerê (SC) e assinadas por uma médica veterinária do Estado de Santa Catarina.
Também foram apresentadas duas Guias de Transporte Animal com timbres do Estado de São Paulo e que haviam sido emitidas em Santa Catarina por um médico veterinário.
O envolvido ainda informou que os macacos tinham sido chipados por um veterinário em Regente Feijó, pois os chips haviam vindo juntamente com as notas fiscais.
Segundo a corporação, os policiais perceberam que os documentos apresentados eram falsos e entraram em contato por telefone com o criador comercial de Xanxerê, a quem explicaram a situação como foram encontrados os animais, que teriam sido vendidos por ele, com o envio de notas fiscais avulsas.
De acordo com a polícia, o criador informou que não emite nota avulsa. Ele explicou que suas notas fiscais são emitidas como notas de produtor, não aparecendo seu nome nos documentos. Além disso, o criador confirmou que as notas não haviam sido emitidas por ele e que os animais não pertenciam ao seu plantel.
Em consulta no Departamento de Fauna (DeFau), os policiais verificaram que as notas não constavam no Sistema Nacional de Gestão de Fauna Silvestre (Sisfauna).
Os militares elaboraram um auto de infração ambiental na modalidade de advertência contra o responsável pelos animais “por manter espécime em cativeiro sem autorização do órgão ambiental competente”.
Os macacos foram apreendidos e destinados à Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis (Apass).
Macaco-prego
O macaco-prego (Cebus nigritus) tem ocorrência, em terras brasileiras, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Seu habitat é a Mata Atlântica.
A espécie alimenta-se de frutos (60%), além de sementes, castanhas, flores, gomas, néctar, fungos, seiva, ovos, insetos, aracnídeos e pequenos vertebrados. Também consome algumas espécies de ostras e caranguejos nas regiões costeiras (manguezais).
A gestação dura, em média, entre cinco e seis meses. A cada reprodução é gerado apenas um filhote, que é carregado pelos pais ou outro indivíduo do grupo. O desmame ocorre aos oito meses.
Este macaco, também conhecido como caí (em guarani), sahi-hu (em tupi) e mico, não costuma passar de quatro quilos de peso. É dotado de grande destreza manual, tanto que pode fazer uso de “ferramentas” para acessar o que deseja. Bate, por exemplo, castanhas e frutos duros em troncos ou rochas, e retira insetos de pequenos orifícios usando gravetos. Além disso, sabe se virar em pomares ou mesmo em monoculturas.
É talvez o primata mais inteligente das Américas. Eles formam grupos entre oito e 16 indivíduos e, mesmo quando se distanciam uns dos outros para se alimentar, mantêm contato vocal, utilizando-se de grande variação de manifestações sonoras.
Embora vez ou outra pare na posição bípede, é considerado um quadrúpede. Excelente escalador, chega também a saltar três metros de distância.
Curiosamente esta espécie apresenta dois tipos de padrões em regiões distintas. Os macacos-prego ao norte do rio Paraíba do Sul, por exemplo, apresentam tufos altos e em forma de “chifres” e uma pelagem próxima aos membros inferiores marrom-enegrecido. Os que vivem ao sul, ao contrário, têm tufos fundidos e voltados para frente e para o lado, com pêlos negros.
Em comum, ambos apresentam cauda semi-preênsil de cor preta (com a faculdade de agarrar).
A maturidade sexual das fêmeas se dá aos quatro anos. A dos machos, aos sete.
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