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Planalto recebe obras restauradas após ataques de 8 de janeiro

O Palácio do Planalto começou a receber, nesta segunda-feira (1/6), obras de arte restauradas que foram danificadas durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ao todo, 21 peças passaram por um longo processo de recuperação, coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Três dessas obras foram entregues no primeiro carregamento: o quadro “As Mulatas” , de Emiliano Di Cavalcanti; uma escultura de madeira de Frans Krajcberg; e a escultura “O Flautista” , de Bruno Giorgi.

O evento faz parte de uma agenda pública para marcar os dois anos do ataque, que será lembrado nesta quarta-feira (1/8), quando as peças restauradas serão oficialmente apresentadas durante uma cerimônia no Planalto.

Relógio histórico e outras restaurações
Nesta terça-feira, o Planalto também receberá o icônico relógio de Balthazar Martinot , apresentado pela Corte Francesa a Dom João IV. O objeto, datado do século XVII, foi destruído durante uma invasão, mas foi restaurado na Suíça, retornando ao Brasil em sua forma original.

As restaurações das peças danificadas custaram cerca de R$ 2,2 milhões e mobilizaram uma equipe de mais de 30 profissionais ao longo de 2024. O trabalho incluiu técnicas específicas para reparar diversos materiais, como madeira, papel, metal e cerâmica.

Supremo Tribunal Federal (STF): memória e arte da residência
Além da cerimônia no Planalto, o STF também terá atividades especiais para relembrar os ataques. Uma roda de conversa será conduzida pelo vice-presidente da Corte, Edson Fachin, reunindo servidores e colaboradores que participaram do processo de limpeza e entrega das instalações depredadas.

O Supremo lançará um hotsite de memória , documentando desde os ataques até a responsabilização dos envolvidos, além de apresentar obras feitas a partir dos destroços deixados pela depredação. Entre os artistas que participaram do projeto estão Valéria Pena-Costa , Carppio de Morais , Marilu Cerqueira e Mário Jardim .

Uma das obras em destaque é o “Manto da Democracia” , de Valéria Pena-Costa. A peça simboliza a acompanhamento da toga da ministra Rosa Weber, presidente do STF na época dos ataques, feita com a colaboração de cerca de 60 mulheres. Já a pintura de Carppio de Morais utiliza tons de preto, representando o luto das páginas queimadas da Constituição Federal.

Ato antidemocrático e condenações
Os ataques de 8 de janeiro de 2023 foram suspensos por extremistas que invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF, numa tentativa de invalidar o resultado das eleições de 2022. Durante a invasão, obras de arte e estruturas históricas foram destruídas. . Entre os atos, destacou-se o caso de Antônio Cláudio Alves Ferreira, responsável por destruir o relógio histórico, ação pela qual foi condenado a 17 anos de prisão pelo STF.

As cerimônias programadas reafirmam o compromisso com a memória, a democracia e a preservação do patrimônio cultural brasileiro.

Fonte:Correio Braziliense
Foto:O Imparcial

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