Economia alemã sente os efeitos da pandemia do novo coronavírus e registra pior resultado desde 2009. Trabalhador da Volkswagen utiliza máscara durante jornada em 27 de abril, em Wolfsburg, na Alemanha
Swen Pfoertner/dpa via AP
Os impactos da pandemia do novo coronavírus fizeram a economia da Alemanha entrar em recessão, com recuo de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três últimos meses de 2019. Foi a maior queda trimestral desde 2009. Os dados foram anunciados nesta segunda-feira (25) pelo Departamento Federal de Estatísticas.
A recessão técnica é definida como a queda do PIB por dois trimestres consecutivos. No quarto trimestre de 2019, o PIB da Alemanha já havia diminuído 0,1%.
A queda do PIB no primeiro trimestre de 2020 é explicada principalmente pela queda no consumo das famílias, 3,2% em relação ao trimestre anterior.
O órgão informou que houve queda também nos investimentos (6,9%) e nas exportações (3,1%).
Já o setor da construção, que representa quase 10% da produção alemã e é o maior empregador do país, avançou 4,1% e impediu uma contração ainda mais profunda da economia. Os gastos do governo aumentaram 0,2% no trimestre e são apontados como outro ponto positivo entre os dados sombrios.
A queda de 2,2% é a maior desde a crise financeira de 2008-2009 e a segunda maior desde a reunificação alemã, em 1990. No quarto trimestre de 2019, a economia alemã havia caído 0,1%.
Pessimismo
Economistas esperam uma queda ainda maior na produção no segundo trimestre, à medida que a maior parte das restrições introduzidas em meados de março para combater a pandemia de Covid-19 se tornam mais aparentes.
“Como o desempenho do primeiro trimestre é o resultado de ‘apenas’ duas semanas de interrupção na cadeia de suprimentos devido a medidas de bloqueio na Ásia, não é necessário muita habilidade analítica para prever uma queda muito mais forte no segundo trimestre”, disse o economista Carsten Brzeski.
“Mais três semanas de bloqueio e uma abertura muito lenta de algumas medidas não são um bom presságio para o segundo trimestre.”
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