Conversas resgatadas pela Polícia Federal entre o tenente-coronel Mauro Cid e Aparecido Portela, amigo próximo de Jair Bolsonaro, mostram indícios de articulações golpistas mesmo no final de 2022. As mensagens foram recuperadas do celular de Cid e encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), evidenciando que o tema persistiu até após a derrota nas eleições presidenciais.
Mensagens reveladoras
No diálogo, Portela menciona:
“O pessoal que colaborou com a carne está perguntando se ainda vai ter churrasco”, uma possível referência à continuidade do plano de golpe.
Cid responde:
“Vai sim! Ponto de honra. Nada está acabado ainda de nossa parte.”
Já em 31 de dezembro, dia em que Bolsonaro deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos, Portela tentou contato por telefone com Cid. Este, já a bordo do voo presidencial, respondeu:
“O Pr (presidente) estava com a decisão mais importante da nossa história. A guerra ainda não acabou.”
Análise da Polícia Federal
Para a PF, os diálogos indicam que Bolsonaro estava ciente das articulações golpistas e que Mauro Cid desempenhou papel ativo no planejamento. Além disso, os registros mostram que Portela frequentou o Palácio da Alvorada várias vezes em dezembro de 2022, sendo a última visita registrada na véspera de Natal.
As evidências foram enviadas ao STF para análise no contexto das investigações sobre possíveis crimes relacionados à tentativa de subverter o resultado das eleições e atentar contra a democracia.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:CNN Brasil
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