Delegado acrescentou que, por anos, desmatamento na amazônia maranhense só aconteceu devido as essas fraudes. PF realiza operação de combate ao desmatamento ambiental em áreas indígenas no MA
Em coletiva realizada nesta quarta (11), a Polícia Federal informou que empresários beneficiados com desmatamento ilegal no Maranhão obtiveram objetos fraudados com a conivência de pessoas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA).
A informação foi dada pela superintendente da PF no Maranhão, Cassandra Parazi, após a ‘Operação Canafístula’, sobre crimes realizados por servidores públicos da SEMA, junto com particulares e engenheiros florestais.
“Provas muito robustas comprovaram as fraudes”, afirmou a superintendente.
Polícia Federal concedeu entrevista coletiva e deu detalhes sobre a Operação Canafístula no Maranhão
TV Mirante
Sobre as acusações da PF, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, informou apenas que vai cooperar com todas as investigações, sempre que necessário, e que não foi procurada pela Polícia Federal a respeito da operação.
Apreensões e interrogatórios
A Operação Canafístula cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, além de 32 interrogatórios. Mais de 80 policiais estiveram envolvidos nos estados do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins.
Operação ‘Canafístula’ realizou cerca de 30 mandados de busca e apreensão em várias cidades do Maranhão
Divulgação/Polícia Federal
No Maranhão, a operação foi realizada em São Luís, São José de Ribamar, Buriticupu, Presidente Médici, Centro Novo, Chapadinha, Imperatriz e Balsas. Os suspeitos foram indiciados pelos crimes falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema de formação e associação criminosa, além de lavagem de dinheiro.
Fraudes em manejo florestal
Segundo a PF, as investigações apuram a aprovação fraudulenta de Planos de Manejo Florestais em empreendimentos rurais que visavam a exploração de madeira. A prática buscava acobertar a exploração ilícita de madeira em áreas de proteção federal, como terras indígenas e na Reserva Biológica Gurupi.
Na prática, segundo a PF, o objetivo da associação criminosa era desmatar mais áreas florestais em áreas indígenas e federais para gerar mais dinheiro, a favor de empresas rurais e servidores públicos.
PF realiza operação ‘Canafístula’ em cidades do Maranhão e Pará
Divulgação/PF
De acordo com laudos periciais e análise técnica realizados em 15 planos de manejo apreendidos na Secretaria do Meio Ambiente, houve dano ambiental de 148.258,90 m³ em toras de madeiras extraídas ilicitamente. Em termos de comparação, seria preciso 4.235 caminhões para transportar toda a madeira.
O prejuízo calculado apenas nos projetos resulta em, aproximadamente, R$ 33 milhões. Para a Polícia Federal, o desmatamento na amazônia maranhense só aconteceu devido a essas fraudes.
“Durante todos esse anos houve esse desmatamento na amazônia e só se deu devido a essas fraudes. Não existe desmatamento ilegal sem essa fraude nos processo de manejo porque eles precisam esquentar essa madeira extraída de forma ilícita para ser vendida”, afirmou a PF na coletiva desta quarta (11).
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