Importada da Europa, versão esportiva agora é 100% elétrica, tem ótimo desempenho nas pistas e acabamento sofisticado. Mas o preço, como em todo elétrico, deverá ser alto. Peugeot 208 e-GT
Guilherme Fontana/G1
Passou a época em que carros elétricos tinham como principal argumento de venda seu apelo ecológico. Agora, o alto desempenho também tem sido usado a favor deles — e a Peugeot quer reforçar mais essa vocação com o 208 e-GT.
O quanto roda, onde recarregar, custo… como é o dia a dia com carros elétricos
Veja as versões e os preços do novo 208
Diferentemente das versões com motor a gasolina/etanol, que passaram por algumas alterações para cortes de custos e são produzidas na Argentina, o esportivo elétrico virá ao mercado brasileiro importado da Europa sem nenhuma alteração.
Ou seja, além do comportamento esportivo, o nível de sofisticação em acabamento e equipamentos também é maior. O valor do modelo ainda não foi revelado, mas deverá ficar alto, o que tirará dele qualquer chance de concorrer com Renault Sandero RS (R$ 75.990) e Volkswagen Polo GTS (R$ 105.350), como fazia o antigo 208 GT.
Por isso, o G1 andou no 208 e-GT e conta qual é a do elétrico.
Peugeot 208 e-GT
Guilherme Fontana/G1
Elétrico e esportivo, sim
Debaixo do capô, nada de motor a combustão. Como já sugere a sigla “e” antes do “GT”, 208 e-GT é um esportivo equipado com motor 100% elétrico de 136 cavalos de potência e 26,5 kgfm de torque. A autonomia é de até 340 km.
De acordo com a Peugeot, o modelo vai de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos.
Aqui vale uma comparação com o antigo 208 GT, vendido no Brasil entre 2016 e 2019. O modelo era equipado com motor 1.6 turbo de até 173 cavalos de potência e 24,5 kgfm de torque, e câmbio manual de 6 marchas. Assim, ia de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos.
Motor elétrico entrega 136 cv de poitência.
Divulgação/Peugeot
O que faz, então, o e-GT cumprir a mesma aceleração em apenas 0,6 segundos a mais, mesmo tendo 37 cv de potência a menos? A resposta é simples. Além de mudanças estruturais que influenciam em peso e aerodinâmica, o torque do motor elétrico é o grande responsável pelo bom desempenho.
Enquanto no antigo propulsor a combustão ele era oferecido entre 1.400 e 4.000 rpm, no elétrico toda força está disponível a qualquer momento. Basta pisar no acelerador e todos os 26,5 kgfm de torque estão prontos.
Na prática, isso se traduz em acelerações fortes e rápidas, que podem até precisar de adaptação para quem nunca dirigiu um elétrico na vida.
Além disso, os únicos ruídos emitidos são dos pneus 205/45 R17. As baterias e o motor não produzem aqueles sons que remetem a um metrô, como em outros elétricos.
A Peugeot também acertou nos conjuntos de direção e suspensão. Não por acaso, o primeiro contato com o hatch foi no campo de provas do Haras Tuiuti, no interior de São Paulo, conhecido por sua pista “travada”, ou seja, cheia de curvas fechadas, aclives e declives.
Tabela de concorrentes do Peugeot 208 e-GT
Celso Tavares/G1 e Divulgação
Na pista, o e-GT mostra equilíbrio entre desempenho e dirigibilidade. A direção elétrica leve e direta obedece ao motorista de forma exemplar. Some isto a uma suspensão com acerto rígido, que segura a carroceria mesmo em altas velocidades, onde ele tende a sair de dianteira. Mas não sai.
A rigidez do conjunto também mostrou eficiência nos declives acentuados e com curvas do campo de provas, mantendo o carro na trajetória, sem provocar um efeito de “mergulho”.
Traseira do 208 e-GT se diferencia pelas lanternas em LED e pela porção central do para-choque em preto brilhante.
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Que me perdoem os puristas, mas o e-GT tem comportamento mais esportivo (e divertido) do que o antigo GT com motor a combustão e turbinado.
Recarga rápida
De acordo com a Peugeot, são 3 as possibilidades de recarregar o 208 elétrico.
O modelo leva cerca de 29 horas para carga completa em uma tomada doméstica e de 7h30 no carregador da marca (Wallbox) instalado na rede elétrica. Em um posto de recarga público, a bateria (instalada sob o assoalho) chega a 80% de sua carga em 30 minutos.
O 208 elétrico utiliza o plugue do tipo Type 2, o mais comum no Brasil, idêntico ao de outros modelos europeus.
Bocal do tanque dá lugar à tomada para recarga das baterias do elétrico.
Divulgação/Peugeot
Legítimo europeu
Já dissemos acima, mas vale a pena repetir. O 208 e-GT vendido no Brasil será importado da Europa, mais especificamente de Trnava, na Eslováquia.
Isso fará com que a versão elétrica tenha grandes diferenças em relação ao modelo a combustão vindo da Argentina, não apenas na motorização, mas também em acabamento e equipamentos. Comecemos pelo primeiro.
Painel do 208 e-GT tem linhas modernas e acabamento de excelente qualidade.
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Ao contrário das versões 1.6, toda a superfície do painel do e-GT, mesmo a superior, é feita com material emborrachado e macio, e tem costuras aparentes em um tom chamativo de verde.
No “andar” de baixo, o modelo repete o acabamento acolchoado com textura que imita fibra de carbono (que vai do painel às portas) da versão Griffe 1.6, e inclui um filete de LED na cor vermelha para aumentar a sensação de esportividade.
Nas portas, o apoio de braço e o puxador têm revestimento de couro e costuras em verde, como no painel. O mesmo tom está nas costuras do pequeno e achatado volante. Outras exclusividades do e-GT são a manopla do câmbio, com engates em um toque, e o freio de estacionamento eletrônico.
Painel do 208 e-GT tem acabamento emborrachado até nas superficies superiores, com costuras aparentes.
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Os bancos da versão elétrica merecem destaque pelo belíssimo acabamento. Nas laterais, com abas que apoiam bem o corpo em curvas, há couro preto com costuras em verde e azul. Na parte central, diversos tecidos diferentes, sempre na cor cinza, formam a estampa do assento e do encosto. Os bancos traseiros seguem o mesmo padrão.
Também está lá o quadro de instrumentos digital 3D. As imagens são reproduzidas e projetadas com uma tecnologia holográfica, produzindo um efeito tridimensional. Assim, algumas informações tidas como mais importantes podem ser exibidas à frente das outras, com maior destaque.
Bancos da versão esportiva têm acabamento sofisticado e apoiam bem o corpo.
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Por fora o 208 e-GT também não muda nada para chegar ao Brasil e tem detalhes únicos em relação às outras versões. Os arcos de rodas têm pintura em preto brilhante, mesmo acabamento de retrovisores, teto, aerofólio e a porção central do para-choque traseiro.
Na dianteira, a grade exclusiva é pintada na cor da carroceria. De lado, as belas rodas de 17 polegadas e a letra “e” em azul na coluna C mostram que se trata do 208 mais caro. A cor amarela da unidade que você nas imagens também só estará disponível nesta versão.
Rodas do 208 e-GT são de 17 polegadas e paralamas ganham arco em preto brilhante.
Guilherme Fontana/G1
Pacote único
A configuração esportiva será vendida em pacote único no Brasil, sem a disponibilidade de kits opcionais. Isso quer dizer que o e-GT será muito bem equipado de série.
Entre os itens estão: ar-condicionado digital de duas zonas, carregador sem fio para smartphones, faróis full LED, lanternas de LED, rodas de 17 polegadas, quadro de instrumentos digital 3D, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, teto panorâmico e chave presencial.
Painel é voltado para o motorista; alavanca de câmbio é exclusiva da versão elétrica.
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A lista segue com 6 airbags, controle de estabilidade e tração, alerta de colisão com frenagem automática para veículos e/ou pedestres, alerta e correção de mudança involuntária de faixa, farol alto automático, leitura de placas de velocidade, detector de fadiga e piloto automático adaptativo.
Há também seletor de modos de condução (normal, sport ou eco), freio de estacionamento eletrônico, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e câmera de ré com visão 180°. Com tanta tecnologia, ficou faltando um ajuste elétrico ao menos para o banco do motorista.
Quadro de instrumentos digital 3D prioriza informações mais importantes
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Vai concorrer com quem?
Esta é uma pergunta ainda ingrata para os elétricos, especialmente para o 208, o único do segmento compacto e com pretensões esportivas. Se fosse equipado com uma motorização a combustão, concorreria com Sandero RS e Polo GTS.
O primeiro tem um motor 2.0 aspirado de 150 cv de potência, 20,9 kgfm de torque e câmbio manual de 6 marchas por R$ 75.990. Ele vai de 0 a 100 km/h em 8 segundos.
O segundo traz um 1.4 turbo de 150 cv, 25,5 kgfm de torque e câmbio automático de 6 marchas. O 0 a 100 km/h é feito em 8,4 segundos. O Polo custa R$ 105.350.
Peugeot 208 e-GT
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Porém, os preços elevados dos carros elétricos fazem com que as noções de concorrência acabem sendo distorcidas e, com isso, o e-GT acaba rivalizando indiretamente com os demais modelos elétricos disponíveis entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.
É nesta faixa que estão os principais do mercado: Chevrolet Bolt, Nissan Leaf e Renault Zoe. Entre eles, o 208 e-GT só tem números superiores ao Zoe, de R$ 147.990. O Leaf, de R$ 209.990, ainda se mantém próximo, mas o Bolt, de R$ 223.890, pode ser considerado de uma categoria acima.
É válido dizer, porém, que se o 208 e-GT não é dono dos melhores números e é o menor do grupo, é superior em acabamento e equipamentos entre os quatro.
Conclusão
Tecnológico e com um acabamento para ninguém colocar defeito, o 208 e-GT chega para provar que elétricos podem ter comportamento esportivo, e que não precisam estar no nível de um Porsche Taycan ou de um Tesla Model S para isso.
Além disso, dono de um belo visual, também mostra que aparência duvidosa não é obrigatória para a categoria.
Então, para quem busca um elétrico, o 208 é a opção mais equilibrada e divertida entre os modelos disponíveis no país.
Peugeot 208 e-GT
Guilherme Fontana/G1
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