Os contratos do WTI para junho encerraram a sessão em alta de 5,05%, a US$ 24,74 por barril, e os do Brent para julho subiram 5,12%, a US$ 30,97 por barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam esta sexta-feira (8) em alta, com os investidores otimistas em relação a cortes de produção nos Estados Unidos e a um aumento da demanda por gasolina, o que impulsionou uma valorização nos preços do WTI superiores a 20% na semana.
As movimentações no mercado de petróleo nesta sexta ocorrem após um rali nos preços das referências ter perdido força na véspera, em meio a dúvidas sobre o cumprimento do acordo para cortar a produção global e comentários de banqueiros centrais, que levantaram dúvidas sobre o ritmo da recuperação econômica global após a pandemia da Covid-19.
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“Embora o aumento dos estoques de petróleo e derivados continue a representar uma ameaça aos fundamentos do mercado, as principais tendências do lado da oferta e da demanda passaram a despertar um sentimento otimista no mercado”, disse Robbie Fraser, analista de commodities da Schneider Electric.
Os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) para o mês de junho encerraram a sessão em alta de 5,05%, a US$ 24,74 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Os preços do Brent para entrega em julho subiram 5,12% e fecharam a sexta-feira negociados a US$ 30,97 por barril na ICE, em Londres.
No acumulado semanal, as referências americana e global registraram ganhos de 24,4% e 15,8%, respectivamente.
“Do lado da oferta, a Arábia Saudita aumentou seus preços de exportação”, ao passo que cortes de quase 10 milhões de barris por dia pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como Opep , entraram em vigor, escreveu Fraser em uma nota diária de mercado.
“Enquanto isso, o principal produtor mundial de petróleo no ano passado, os Estados Unidos, viu sua produção cair mais 200 mil barris por dia”, disse ele, citando dados da Energy Information Administration divulgados na quarta-feira (6), para a semana encerrada em 1º de maio.
Em sua avaliação sobre o mercado de petróleo emitida sexta-feira, a IHS Markit disse que o segundo trimestre deste ano “verá o maior volume de cortes na produção na história da indústria de petróleo e derivados”. Ela espera que até 17 milhões de barris por dia de produção total de líquidos, incluindo quase 14 milhões de barris por dia de produção de petróleo bruto, sejam cortados durante o período entre abril e junho.
A IHS Markit também espera que a demanda de petróleo no segundo trimestre de 2020 seja de 22 milhões de barris por dia menor, em comparação ao ano anterior. “Esse colapso na demanda combinado com baixos preços do petróleo, restrições de armazenamento e cortes ordenados pelo governo estão impulsionando um nível extraordinário de cortes e interrupções na produção em todo o mundo”, afirmou.
Fraser, da Schneider Electric, disse que o lado da demanda é provavelmente o mais importante, dadas as condições atuais, e “grande parte do otimismo atual do mercado se conecta a semanas consecutivas de melhoria da demanda para a maioria dos produtos refinados”.
Na quarta-feira, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA relatou um declínio semanal nos estoques de gasolina do país. A demanda implícita de gasolina para motores recuou 39,6% em um período de quatro semanas, mas isso representa uma melhoria em relação ao relatório anterior, que mostrou uma queda de demanda de 43,7%.
“Muitos Estados dos EUA voltaram às atividades, em algum grau”, disse Marshall Steeves, analista de mercados de energia da IHS Markit.
O rastreamento de dados por celular em movimento “indica que os deslocamentos estão aumentando e isso foi confirmado nos dados de desaparecimento doméstico de gasolina da semana passada”, disse ele ao MarketWatch. “A chave é a recuperação da demanda, que está em andamento na Ásia e em partes da Europa, agora também nos EUA”.
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