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Petrobras diz que manterá política de preços, mas com frequência 'intermediária' de reajustes

Diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, disse que métrica baseada nos preços do mercado internacional é ‘fundamental para manter competitividade’, mas que frequência dos reajustes será diferente do passado. Sede da Petrobras, localizada na Avenida Chile, no Centro do Rio de Janeiro
André Motta de Souza / Agência Petrobras
A Petrobras decidiu que irá manter a política de preços de combustíveis baseada na paridade de importação, ou seja, alinhada ao mercado internacional. Todavia, a frequência de reajustes será “intermediária”, se comparada ao que era feito até então. A informação foi dada nesta sexta-feira (14) pelo diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella.
“No passado, a gente já praticou frequências muito baixas e frequências muito altas de reajuste. Optamos por uma frequência intermediária, mas mantém a mesma lógica que mantemos há dois anos”, disse Mastella durante coletiva de imprensa para comentar os resultados financeiros da companhia no primeiro trimestre deste ano, que fechou com lucro de R$ 1,16 bilhão.
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Desde 2019 a Petrobras revisa os preços dos combustíveis com base no que é cobrado no mercado internacional. Questionado, Mastella disse que a companhia manterá monitoramento diário dos preços, porque “é fundamental para a gente manter a competitividade”. Porém, não haverá datas pré-definidas para aplicação dos reajustes.
O diretor disse, ainda, que será feita uma avaliação anual das métricas de preços, também com o objetivo de “manter uma visão conjunta de que nossos preços seguem com competitividade”.
Pela manhã, durante teleconferência com analistas e investidores para apresentação dos resultados, o diretor de comercialização e logística da Petrobras já havia adiantado que a política de preços seria mantida. Segundo a Reuters, ele enfatizou que a companhia vai evitar repassar a volatilidade do mercado internacional aos consumidores brasileiros.
“Na prática, não repassar imediatamente oscilações do mercado externo ou do câmbio para o consumidor interno, e ao mesmo tempo manter os nossos preços em nível competitivo com os nossos competidores”, disse Mastella, sem detalhar como isso será feito.
Foi justamente a alta frequência de reajustes nos preços dos combustíveis, em decorrência da alta elevação de preço do petróleo no mercado internacional, que resultou na demissão de Roberto Castello Branco da presidência da estatal após intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Na coletiva de imprensa à tarde, Mastella afirmou também que desde o segundo semestre do ano passado a companhia adota uma política mais agressiva de precificação para gerar rentabilidade à empresa.
“A politica de preços que praticamos é transpartente e em equilíbrio com o mercado internacional”, disse o executivo.
Para lidar com a variação cambial, Rodrigo Araujo, diretor financeiro e de relacionamento com investidores, afirmou que a empresa trabalha com dólar futuro e realiza exportações com a moeda norte-americana para neutralizar o impacto da desvalorização do real. “A companhia tem um equilibro importante à exposição ao dólar”, garantiu.
Desde que o general Joaquim Silva e Luna – escolhido por Bolsonaro para substituir Castello Branco no comando da estatal – tomou posse, no dia 19 de abril, a Petrobras realizou apenas um reajuste de preços, que foi aplicado no dia 30 do mesmo mês. Antes disso, os preços haviam sido reajustados por dez vezes desde janeiro.
Luna e Silva não participou da coletiva de imprensa para divulgação dos resultados, assim como também não havia participado da teleconferência com analistas e investidores. Para o evento direcionado ao mercado, no entanto, ele gravou um vídeo, com cerca de sete minutos de duração, no qual declarou que dará continuidade ao que vinha sendo executado na companhia na gestão anterior.

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