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Meio Ambiente

Pesquisadores publicam estudo sobre eventos climáticos extremos no Acre e medidas para amenizar impactos

Foram dois anos de pesquisa até que a publicação fosse feita. Pesquisador diz que estudo ajuda na tomada de políticas públicas para amenizar impactos. Pesquisadores publicam estudo sobre eventos climáticos extremos no Acre e medidas para amenizar impactos
Juan Diaz/Arquivo pessoal
Pesquisadores do programa de pós-graduação em ciência, inovação e tecnologia para a Amazônia (PPG-Cita), da Universidade Federal do Acre (Ufac), publicaram, em inglês, na revista brasileira de meteorologia, o artigo acadêmico “Tendência temporal e estimativa do risco hidrológico de extremos máximos de chuva e de vazão na cidade de Rio Branco, Acre, Brasil”.
O trabalho é fruto da dissertação de mestrado da estudante Adriana Valente de Oliveira, com apoio do grupo de pesquisa em recursos hídricos, meio ambiente e geografia, e orientação do professor do Centro Multidisciplinar do Campus Floresta, Genivaldo do Vale Moreira.
Também assinam o artigo; Rodrigo Otávio Peréa Serrano e Anderson Azevedo Mesquita. O orientador do projeto explica que a pesquisa durou 2 anos e levou mais um ano para ser aprovada pela revista e publicada. O estudo tem o objetivo de analisar os eventos climáticos extremos, principalmente na região amazônica.
“Tentar entender melhor a frequência com que esses eventos estão ocorrendo, porque a gente sabe que a ocorrência desses eventos extremos causa muitos danos à sociedade, então, se a gente consegue entender melhor a frequência e a magnitude, facilita a adoção de medidas pra atenuação dos impactos desses eventos”, destaca.
Extremos climáticos, como cheia e seca são analisados
Emerson Silva
Os pesquisadores analisaram registros máximos de chuvas e de vazões anotadas em Rio Branco entre 1970 e 2018. São dados hidrológicos da planície de inundação do Rio Acre.
Os resultados permitiram concluir que a ocorrência de eventos hidrológicos de magnitude danosa estão cada vez mais associados a maiores probabilidades de ocorrência e, portanto, há níveis de risco hidrológico mais acentuado.
“Nós utilizamos basicamente o método da análise de frequência, que é uma metodologia estatística robusta. Esses modelos estão inseridos em conjunto de distribuições de probabilidade que relaciona a probabilidade de ocorrência de um evento com a sua frequência. Esses modelos vêm ganhando notoriedade, principalmente nos últimos anos, porque há uma busca incessante da ciência de ajustar esses modelos e conseguir resultados mais confiáveis diante de cenários de alterações climáticas que a gente sabe que já estão acontecendo, que é quase consenso no meio científico e eles auxiliam na busca para tentar entender a magnitude e frequência desses eventos”, destaca.
Pesquisa avalia eventos climáticos extremos no Acre
Nem sempre os riscos e as consequências das mudanças climáticas estão evidentes. Ele lembra que estudar esses eventos climáticos são importantes para a adoção de medidas que reduzam os impactos dessas mudanças de grande porte.
“Esses estudos em escala regional ajudam na condução de políticas públicas de atenuação dos impactos, especialmente da sociedade vulnerável à ação desses eventos”, destaca.
Estudo analisa que medidas podem ser tomadas para amenizar impactos da cheia e seca no estado
Juan Diaz /Arquivo pessoal
O professor diz ainda que ao ver trabalhos publicados e sendo valorizados tem a sensação de dever cumprido e que os avanços nesse sentido são muito importantes para a área, principalmente quando se trata de qualificar profissionais para atuar na área climática, e entendendo especificamente sobre o clima da região Amazônica.
“E a nossa região por ser um potencial desses recursos, a gente tem que ter um conhecimento mais abrangente e nossa Universidade Federal do Acre está atenta a isso, vem avançando cada vez mais e nós estamos incessantemente trabalhando para isso. É tanto que está tramitando na Ufac uma proposta da criação de um curso de pós-graduação em recursos hídricos para o contexto amazônico. Agente vai tentar qualificar pessoa nesse sentido porque a gente entende que quanto mais pessoas qualificadas, nós vamos ter condições de direcionar melhor as políticas públicas de administração dos impactos, das condições climáticas que de fato estão acontecendo e estão causando perturbações em ciclos de tempo cada vez menores.
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