Pela primeira vez em 72 anos, mulher será empossada presidente do TST thumbnail
Economia

Pela primeira vez em 72 anos, mulher será empossada presidente do TST

Posse da ministra Cristina Peduzzi na presidência do tribunal está marcada para as 17h desta quarta-feira (19), em Brasília. Presidente Jair Bolsonaro participará da cerimônia. Ministra Cristina Peduzzi, nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho
Giovanna Bembom/TST
A ministra Cristina Peduzzi tomará posse nesta quarta-feira (19) como nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A cerimônia está marcada para as 17h, na sede do TST, em Brasília. Autoridades são esperadas no evento, entre as quais o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Também tomarão posse nesta quarta-feira os ministros Vieira de Mello Filho (vice-presidente) e Aloysio Corrêa da Veiga (corregedor-geral da Justiça do Trabalho).
Esta é a primeira vez que o TST será presidido por uma mulher. O tribunal foi criado em 1946, mas registra a primeira composição com presidente e vice somente a partir de 1948.
Segundo os registros do TST, houve antes o Conselho Nacional do Trabalho, criado em 1923, mas a Justiça do Trabalho só foi instaurada no Brasil em 1941.
O Tribunal Superior do Trabalho é a instância superior para a solução de ações e conflitos nas relações entre trabalhadores e empresas. O tribunal conta com 27 ministros, escolhidos entre advogados, integrantes do Ministério Público do Trabalho e juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Ministros que tomam posse
Cristina Peduzzi tornou-se ministra do TST em junho de de 2001, na vaga reservada à advocacia. Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (Unb), foi procuradora da República e procuradora do trabalho. Atuou ainda como advogada em tribunais superiores.
A ministra ocupou a vice-presidência do TST entre 2011 e 2013 e integrou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 2013 e 2015.
O novo vice-presidente do TST, Luiz Phillipe Vieira de Mello Filho, tomou posse no TST em 2006, em uma vaga destinada a magistrados da Justiça do Trabalho. Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ministro foi juiz do trabalho em cidades mineiras entre 1987 e 1988 e depois foi promovido a desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região
O novo corregedor da Justiça do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, está no TST desde 2004. Formado pela Universidade Católica de Petrópolis, tornou-se juiz em 1981. Entre 2017 e 2019, o ministro Aloysio Corrêa da Veiga foi conselheiro do CNJ.
Bolsonaro e a Justiça do Trabalho
O presidente Jair Bolsonaro participará da cerimônia nesta quarta-feira e costuma fazer críticas à Justiça do Trabalho. Em 3 de janeiro do ano passado, por exemplo, afirmou em entrevista que há “excesso de proteção” no Brasil e que não adianta “ter direitos se não tem emprego”.
Bolsonaro foi questionado na ocasião se acha que a Justiça do Trabalho deveria acabar. E respondeu:
“Qual país do mundo tem? Tá? Tem que ser Justiça comum. Tem que ter a sucumbência, quem entrou na Justiça, perdeu, tem que pagar. […] Nós temos mais ações trabalhistas aqui do que no mundo, então algo está errado. É o excesso de proteção. É igual casamento, se há ciúme exacerbado de um lado ou de outro, o casamento tem que acabar”.
Indagado à época se o governo poderia enviar algum projeto ao Congresso para acabar com a Justiça do Trabalho, Bolsonaro concluiu: “Isso daí a gente poderia até fazer, está sendo estudado. Em havendo clima, poderemos discutir essa proposta e mandar para frente”.
O G1 questionou a assessoria do Palácio do Planalto se há algum novo posicionamento do presidente em relação à Justiça do Trabalho, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Tópicos