Mesmo após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou o acesso ao X (anteriormente conhecido como Twitter) no Brasil na última sexta-feira (30), alguns parlamentares da oposição têm encontrado maneiras de continuar publicando na plataforma.
O senador Sergio Moro (União-PR) fez uma publicação no X na noite de domingo (1º), explicando que pediu a um amigo nos Estados Unidos para gerenciar suas postagens enquanto a decisão não for revista. Moro destacou sua imunidade parlamentar e questionou a legalidade e proporcionalidade da decisão judicial. Em sua postagem, ele escreveu:
“Sou senador da República pelo Paraná. Tenho imunidade material por opiniões, palavras e votos. Essa parte da Constituição Federal está em pleno vigor. Sem entenderem que foi revogada ou suspenso, que me avisem primeiro. Continuarei assim, postando minhas opiniões, inclusive as críticas, como sempre, sem ofensas pessoais nessa rede que constitui o importante instrumento do mandato e meio de comunicação com os paranaenses e a comunidade internacional. PS.: Até que a decisão judicial seja revista por sua ilegalidade e desproporcionalidade, pedi um amigo nos US para postar a partir de lá na minha rede. Se a imprensa pode usar correspondentes, eu posso usar meus amigos no exterior.”
A deputada Julia Zanatta (PL-SC) também está utilizando o X para suas postagens. Ela fez cinco publicações entre domingo e segunda-feira (2). Até o momento, a deputada não respondeu aos pedidos de comentário da CNN.
Na madrugada de sábado (31), o deputado federal Marcel Van Hatten (Novo-RS) fez uma publicação no X mencionando que estava utilizando uma VPN para contornar o bloqueio, e alertou sobre a possibilidade de uma multa de US$ 10 mil.
O bloqueio do X foi uma medida tomada por Moraes em resposta à não conformidade da plataforma com ordens judiciais e ao não pagamento de multas impostas pelo STF, além de questões relacionadas à disseminação de desinformação. A decisão também incluiu o bloqueio das contas da Starlink, que fornecia acesso ao X no Brasil.
Enquanto isso, as ações dos parlamentares e de outros usuários para continuar ativos na plataforma ilustram a crescente tensão entre a justiça e a liberdade de expressão nas redes sociais.
Fonte: CNN Brasil
Foto: Meio e Mensagem
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