Total de famílias que se declararam endividadas no mês foi de 67,4%, acima dos 67,1% de junho. Endividamento
Reprodução/TV Diário
Em meio à pandemia de covid-19, a parcela de famílias endividadas atingiu o maior patamar em 10 anos em julho. É o que informou nesta terça-feira a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
A fatia no total de famílias que se declararam endividadas no mês foi de 67,4%, acima dos 67,1% de junho e dos 64,1% de julho de 2019. Foi a maior parcela na série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2010.
A inadimplência também piorou, informou a CNC. Dentre os endividados, 26,3% declararam ter contas atrasadas em julho, acima de junho (25,4%) e de julho de 2019 (23,9%) e o pior resultado desde setembro de 2017.
Nesse tópico, as famílias de baixa renda tiveram pior resultado. Dentre os inadimplentes com ganhos de até dez salários mínimos por mês, essa fatia cresceu de 28,6% em junho para 29,7% em julho. No grupo com renda superior a dez salários mínimos, o percentual caiu de 11,3% em junho para 11,2% em julho.
Já a parcela de endividados que informaram não ter condição de pagar as dívidas ficou em 12% em julho, acima de junho (11,6%) e de julho de 2019 (9,6%) – a maior fatia desde novembro de 2012.
A CNC apurou ainda que, em julho, a principal modalidade de crédito lembrada pelas famílias permanece sendo o cartão de crédito (76,2%), seguida por carnês (17,6%) e financiamento de carro (11,3%).
A parcela média de renda comprometida com dívidas, por sua vez, caiu de 30,4% em junho para 30,3% em julho – mas ainda opera acima da fatia de 29,9% em julho do ano passado.
Em comunicado, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, reforçou importância da ampliação do acesso ao crédito a custos mais baixos e do alongamento dos prazos de pagamento das dívidas, “para mitigar o risco do crédito no sistema financeiro”, alertou.
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