Secretário do Tesouro diz que se o governo não conseguir resistir à pressão, corre risco de reversão de cenário a ponto de ter que aumentar carga tributária para fazer ajuste fiscal. Decisão difícil, diz Mansueto Almeida sobre pedido de demissão do Ministério da Economia
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira (18) que, diante do cenário de juros baixos e liquidez elevada no país e no mundo, o Brasil tem uma janela de pouco mais de dois anos para acelerar na aprovação das reformas fiscais.
“Acho que a gente ganhou aí uma janela, que é de dois anos ou um pouco mais, para avançar nas reformas e garantir uma sinalização do equilíbrio fiscal e que, a partir de um determinado ano, seja 2025, 2026, a dívida pública atinge um pico e começa a cair”, disse Mansueto em videoconferência promovida pelo Infomoney.
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Discorrendo sobre a necessidade de manutenção do mecanismo do teto de gastos, Mansueto alertou que o governo precisa suportar uma eventual pressão do Congresso por mais medidas de estímulo fiscal.
“Se o governo não conseguir resistir à essa pressão, a gente corre o risco de ter um cenário de reversão da queda de juros, cenário de aumento do risco-país, cenário de incerteza, que pode estender esse período de recessão, e uma possibilidade, no futuro, do governo ter de aumentar muito a carga tributária para fazer ajuste fiscal”, pontuou.
Atuação do Tesouro
Sobre o financiamento do déficit nominal, que vai ter aumento expressivo este ano com a robusta expansão de gastos com medidas de enfrentamento ao coronavírus, Mansueto afirmou que o Tesouro precisará aumentar a venda de títulos públicos, concentrando-se em papéis de curto prazo.
“O foco, este ano é fazer muito leilão para conseguir financiar, e leilão focado mais no curto prazo.”
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Ele também mencionou a possibilidade da transferência para o caixa do Tesouro do resultado do balanço do Banco Central.
Mansueto, entretanto, destacou que, havendo a transferência e o Tesouro gaste os recursos, haverá uma expansão de liquidez que terá de ser enxugada com operações compromissadas do BC, o que contribuirá para inflar a dívida pública.
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