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Os primeiros passos para a construção do Memorial JK

De moradores da cidade ou turistas. Muitos devem conhecer. O Memorial JK, inaugurado em 12 de setembro de 1981, é um dos pontos turísticos mais visitados em Brasília, e talvez um dos mais importantes. Por lá, está guardada a memória viva do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, que entre objetos, roupas e livros, também abriga o corpo do político mineiro.

O que muitos não devem saber é que, um dos primeiros passos para a construção do museu que homenageia um dos mais importantes governantes que o país já teve, começou em uma conversa entre um jornalista e um cantor.

Ao visitar Brasília, o cantor e compositor Silvio Caldas costumava encontrar abrigo na casa do jornalista Alexandre Garcia, no Setor de Mansões do Lago Norte.

Por lá, as noites era regadas a violão e muita conversa.

Em um desses bate-papos, o jornalista Alexandre Garcia ouviu do amigo, que tinha relações de amizade com a família Kubitscheck, um sonho que a viúva de Juscelino carregava.

“Sabe, dona Sarah Kubitscheck chora muito por que ela gostaria de construir um memorial para o Juscelino, uma coisa discreta, pequena, fora de Brasília, mas próxima. Mas ela acha que o governo militar não deixaria”, explicou.

No entanto, Silvio acreditava que este não era um sonho impossível e pediu ajuda para o amigo. “Se você me conseguisse uma conversa com o presidente Figueiredo, eu ia expor a ele essa idéia”.

Alexandre Garcia, que na época ocupava o cargo de subsecretário de imprensa do Palácio do Planalto, serviu de ponte entre o compositor carioca e o presidente João Figueiredo.

No dia seguinte, procurou o ministro da justiça, Golbery do Couto e Silva, e verificou se o pedido do amigo seria possível. “Ele foi falar com o presidente, voltou e disse: olha, pode chamar o Silvio aqui. O presidente está aberto a conversar sobre este assunto”.

Depois da conversa entre João Figueiredo e Silvio Caldas, Sarah Kubitscheck foi convidada ao Palácio do Planalto.

No dia marcado, contrariando todas as expectativas, a viúva do Juscelino foi recebida com uma grande surpresa. Ao entrar na sala presidencial, João Figueiredo e o então governador de Brasília, Aimé Lamaison, esperavam ela com um mapa da cidade, prontos para determinar um local onde seria construído o museu. Sem mais.

Ali, o sonho se tornava realidade. O local escolhido foi a Praça do Cruzeiro, ponto mais alto da cidade e mesmo local onde, em 3 de maio de 1957, a primeira missa foi celebrada na nova capital do país, que ainda não havia sido nem inaugurada.

Assista a íntegra da entrevista com Alexandre Garcia em nosso canal no Youtube, Voz de Brasília TV, conheça outras histórias do jornalista com mais de 50 anos de profissão e acesse outros materiais que compõem o documentário Brasília 60 anos.

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