Órgãos iniciam ação para combater extração ilegal de madeira em reserva de Rondônia thumbnail
Meio Ambiente

Órgãos iniciam ação para combater extração ilegal de madeira em reserva de Rondônia

Operação ocorre na Flona Jacundá, em Porto Velho, e faz parte da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) assinada por Bolsonaro dia 7 de maio. Objetivo é reduzir queimadas no período de seca. Exército e Polícia Federal atuam em reserva de Rondônia para combater desmatamento.
Divulgação/Exército Brasileiro
Com objetivo de frear o desmatamento e reduzir os índices de queimadas no período de seca, equipes do Comando Conjunto Príncipe da Beira (CCj PB), Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), Polícia Federal (PF), Ibama, ICMBio e Polícia Militar Ambiental (PMA) deram início à primeira ação da Operação Verde Brasil 2 na reserva estadual Jacundá, em Rondônia. A área de preservação é uma das atingidas pelos incêndios florestais.
Na segunda-feira (11), dois helicópteros do Exército Brasileito (EB), viaturas dos órgãos, além de 200 militares e agentes federais e estaduais seguiram à área para inibirem atividades de extração ilegal de madeira no entorno da flona.
A ação está em fase inicial e foi desencadeada pela 17ª Brigada de Infantaria de Selva (17ª Bda Inf Sl).
Como desmate, ação humana e clima influenciam na alta das queimadas?
A reserva Jacundá é uma unidade de preservação do estado e está localizada em Porto Velho. Criada em 1996, a reserva tem uma área de 95 mil hectares de floresta e há vários meses são registrados focos de incêndio dentro da Jacundá.
Equipes saíram na segunda-feira (11) com destino à Flona Jacundá, em Porto Velho.
Divulgação/Exército Brasileiro
No dia 7 de maio, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para combater focos de incêndio e desmatamento ilegal na chamada Amazônia Legal, que engloba além de Rondônia, Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
A determinação se aplica à faixa de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e outras áreas federais nos estados, mas a atuação das tropas também poderá se estender a áreas estaduais se houver pedido dos governos.
O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi publicado no Diário Oficial da União. As missões de GLO são realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, e ocorrem quando “há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem”, segundo o Ministério da Defesa.
Ação conta com helicópteros do Exército Brasileiro em Rondônia.
Divulgação/Exército Brasileiro
Avanço do desmatamento
Dados do Mapbiomas e analisados pelo G1 apontam que Rondônia perdeu o equivalente a 70 mil km² de floresta entre 1990 e 2017. Há 30 anos, a formação florestal no estado era de pouco mais de 20 milhões de hectares. Já a de abertura de pastagem era de quase 2,7 milhões de hectares na época.
Mas a formação florestal declinou para cerca de 14 milhões de hectares em 2017, enquanto o quantitativo de pasto subiu para quase nove milhões, um crescimento de mais de 200% em 27 anos.
Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que os alertas de desmatamento na Amazônia cresceram 29,9% em março deste ano quando comparados a março de 2019. Neste ano, foram emitidos alertas para 326,51 km², enquanto no ano anterior, no mesmo período, foram 251,3 km².
As queimadas também aumentaram: dados do Inpe apontaram, em janeiro, que o número de focos de queimadas na Amazônia foi 30% maior em 2019 que em 2018. Ao todo, o bioma da Amazônia registrou 89.176 focos de queimadas em 2019, comparados a 68.345 no ano anterior.

Tópicos