Além do ministro do Meio Ambiente, investigação autorizada pelo STF também atingiu o presidente do Ibama, Eduardo Bim, e mais nove agentes públicos. Greenpeace diz esperar que seja ‘o início do fechamento da porteira das boiadas’. Entidades do agronegócio foram procuradas, mas não se manifestaram. Organizações ambientais comentaram nesta quarta-feira (19) a operação que investiga exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa e que teve como alvos o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim.
A operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinou o afastamento preventivo do presidente do Ibama e o de outros nove agentes públicos.
Em nota, o Greenpeace Brasil disse que espera que a investigação “possa ser o início do fechamento da porteira das boiadas”. Mas disse que não pode “parar aí” e que o Ministro Ricardo Salles também precisa ser “afastado do cargo imediatamente”.
“Entre proteger florestas e beneficiar criminosos, o atual governo já deixou bem claro de que lado está, e Ricardo Salles é figura central no trabalho de minar a capacidade das instituições ambientais para exercerem seus deveres. O resultado desse trabalho é a explosão de desmatamento, queimadas, crimes ambientais, violência contra os povos da floresta e destruição”, acrescentou.
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A entidade reforçou que o Brasil não merece “mais passar vergonha diante do restante do mundo por uma desastrosa política antiambiental que nos faz caminhar para trás”.
Já o Observatório do Clima afirmou que a “conta do desmonte parece enfim ter chegado”, depois de um ano e três meses de o ministro do Meio Ambiente e o presidente do Ibama “terem atuado em favor de madeireiros e liberado a exportação de madeira amazônica sem fiscalização.”
“Vamos ver agora quais crimes que serão descobertos. O fato é que Salles montou um verdadeiro escritório do crime ambiental no Ministério do Meio Ambiente e um dia teria que responder por isso”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
“Hoje infelizmente quem quiser saber sobre a questão ambiental no Brasil precisa abrir as páginas policiais.”
Representantes do agronegócio
O G1 procurou as principais entidades do agronegócio para comentar o assunto. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirmaram que não irão se pronunciar neste momento.
A Confederação Nacional do Agronegócio (CNA) e a Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Pará e Amapá (Aimex) não retornaram até a última atualização desta reportagem.
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