São 3.500 toneladas de óleo, além de minério de ferro. Operação de resgate do navio deve durar 10 dias. Navio ALP Defender posicionado na operação de retirada de óleo do navio Stellar Banner
Divulgação/Marinha
Cerca de 30% das 3.500 toneladas de óleo já foram retiradas do navio Stellar Banner, que está encalhado há 17 dias na costa do Maranhão. Segundo a Polaris, proprietária do navio, a operação de resgate da embarcação continua e deve durar 10 dias, se as condições climáticas permitirem.
A retirada do óleo é a primeira etapa do resgate do navio. A próxima será a retirada da quase 300 mil toneladas de minério de ferro da Vale que iriam para a China. Já se sabe que há uma avaria de 25 metros na parte da frente do Stellar Banner, mas ainda não foi possível identificar o tamanho da rachadura por onde a água está entrando.
Barco ALP Defender inicia retirada de óleo do navio Stellar Banner, encalhado na costa do Maranhão
Capitania dos Portos
Sem o óleo e nem o minério, o navio vai ficar mais leve. Com isso, os técnicos esperam que a embarcação flutue e saia do banco de areia. Depois, deve ser feita uma solda provisória e o navio vai ser levado para um estaleiro para um conserto definitivo.
A operação de resgate do navio é realizada pelas equipes contratadas pela Polaris Shipping, e acompanhada por equipes do governo federal, como a Marinha e o Ibama.
A principal embarcação envolvida é a holandesa ALP Defender, utilizada para reboque, ancoragem de unidades flutuantes de petróleo e transporte de cargas. A capacidade da embarcação é de mais de 3 mil metros cúbicos. Antes, o planejamento prevê a transferência do óleo para o NM Stellar Iris, navio destinatário, a fim de permitir que o ALP Defender receba o restante do óleo do Stellar Banner.
Barco ‘Defender’ tem bandeira dos Países Baixos e veio da África Central.
RIA MAAT/Marine Traffic
De acordo com a Marinha, há ainda um plano de contingência para evitar possíveis vazamentos de óleo e minério de ferro no Oceano Atlântico. Se houver vazamento, todo o material pode se espalhar pelo litoral e causar um grande desastre ambiental.
A coordenadora de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pririlo, afirma que o navio está sendo monitorado caso haja algum vazamento.
“Nós estamos fazendo três voos diários com todos os sensores ligados caso haja algum vazamento ele vai ser rapidamente detectado”, afirmou.
Navio Stellar Banner está encalhado há mais de duas semanas na costa do Maranhão
Divulgação/Marinha do Brasil
Operação
Cerca de 255 militares da Marinha do Brasil estão atuando diretamente na operação de resgate do navio Stellar Banner. Cinco rebocadores, sendo três com materiais de combate à poluição causada por óleo, também servem de apoio no local.
Além disso, estão sendo usados um drone com câmera térmica, um helicóptero S-76C e três embarcações de suporte às atividades contingência de derramamento do óleo.
Navio Stellar Banner está encalhado a 100 km da costa do Maranhão.
Reprodução/TV Globo
Área afetada
A área afetada no casco do navio é de cerca de 25 metros, segundo o chefe de Estado-Maior do Comando do 4º Distrito Naval, Robson Neves Fernandes. Atualmente, não há registro de vazamentos.
No dia 28 de fevereiro, o Ibama havia verificado o vazamento de 333 litros de óleo no mar e o poluente havia se espalhado por uma área de 0,79 km². Um dia depois, o instituto afirmou que não visualizou mais as manchas de óleo encontradas anteriormente. Técnicos também trabalharam para vedar ainda mais os tanques de combustível e reforçar as travas dos compartimentos de carga, onde está o minério.
Mancha de óleo encontrado ao redor do navio Stellar Banner, encalhado na costa do Maranhão
Ibama
Acidente com o Stellar Banner
O navio Stellar Banner tem capacidade para 300 mil toneladas de minério de ferro e possui 340 metros de comprimento, o equivalente a quase quatro campos de futebol. A embarcação foi abastecida pela Vale e saiu do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, com destino a um comprador em Qingdao, na China.
Navio Stellar Banner sofre fissura no casco no meio do Oceano Atlântico
Divulgação
Segundo a Capitania dos Portos, o navio apresentou ao menos dois locais com entrada de água nos compartimentos de carga por volta das 21h30 do dia 25 de fevereiro e começou a afundar no Oceano Atlântico. Uma fissura no casco pode ter sido a causa. O comandante do navio emitiu um alerta de emergência via satélite e levou a embarcação para um banco de areia.
Equipes da Capitania dos Portos e da Vale foram encaminhadas para o local e cerca de 20 tripulantes foram evacuados. A empresa Polaris Shipping, proprietária do navio, informou que todos os membros da tripulação estão seguros e que está realizando inspeções para evitar maiores danos.
A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Maranhão informou que abriu um inquérito para apurar possível crime ambiental no acidente do Stellar Banner. Antes, a Marinha já tinha informado que instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades sobre o caso.
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