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OMS alerta para aumento de doenças vinculadas às mudanças climáticas na próxima década

Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê piora nos casos de câncer de pulmão, infartos e problemas respiratórios caso não haja redução nas emissões de carbono; dese subir o número de casos de doenças tropicais com aumento das temperaturas. Veículos são vistos em meio à poeira na paisagem de Nova Deli, na Índia
Prakash Singh/AFP
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento de casos de doenças vinculadas às mudanças climáticas nos próximos dez anos. Em um levantamento divulgado nesta segunda-feira (13), a organização destacou o combate às emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pela morte anual de mais de sete milhões de pessoas, como um dos maiores desafios da próxima década.
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Segundo a OMS, a poluição do ar está vinculada ao aumento nos casos de câncer de pulmão, infartos, problemas cardíacos e pulmonares. O aumento nos casos de doenças tropicais também deve ser observado com as mudanças nas temperaturas.
“[Nesta década] vamos encarar ameaças e temos a responsabilidade de agir”, disse em nota o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. “Não podemos arcar com o custo de não fazer nada.”
A preocupação com as emissões lidera uma lista com treze desafios globais em saúde que a organização levantou para a próxima década. Entre eles estão a ampliação do acesso à saúde básica, a preparação de nações contra epidemias e um maior investimento em saúde preventiva.
Veja a lista com os 13 desafios da saúde global:
Trazer a saúde para dentro do debate climático
Aumentar a atuação em áreas de conflito e crise
Tornar o acesso a saúde mais justo
Aumentar o acesso a medicamentos
Acabar com doenças infecciosas
Se preparar para epidemias
Aumentar a proteção contra o uso de produtos perigosos
Mais investimento para profissionais da saúde
Aumentar a segurança sanitária de adolescentes
Ganhar a confiança da opinião pública
Dominar novas tecnologias para a saúde
Evitar o uso indiscriminado de antibióticos
Aumentar o saneamento básico
Melhoria no acesso
O acesso aos serviços de saúde deve ser ampliado, segundo a OMS, que defendeu uma maior assistência às populações mais pobres. Para esta instituição, é necessário repensar a forma com que populações periféricas acessam os serviços de saúde.
Pessoas se aproximam de clínica improvisada em Thaker, Leer County, no Sudão do Sul
Siegfried Modola/ Divulgação Médicos Sem Fronteira/Arquivo
A organização defendeu uma maneira “mais justa” na distribuição dos pontos de saúde. A formação e o investimento em profissionais nestas regiões também é um dos desafios que a OMS disse que vai enfrentar nos próximos dez anos.
De acordo com a organização, um terço da população mundial não tem acesso a medicamentos e vacinas essenciais. A OMS estimou que, apenas neste ano, quatro milhões de pessoas morrerão por negligência nos tratamentos de doenças tropicais, facilmente evitadas pela imunização.
Preparação para epidemias
A organização alertou também para o surgimento, na próxima década, de uma epidemia em escala global, como foi o caso da gripe H1N1. “Não é o caso de perguntar se haverá uma próxima epidemia, mas quando”, disse o comunicado.
“Uma pandemia pode colapsar economias inteiras”, disse Ghebreyesus. “Países investem pesado em ações contra o terrorismo mas não contra o ataque de vírus que podem ser bem mais mortais.”
Fêmea do Aedes aegypti é responsável pela transmissão da febre amarela, dengue, chikungunya e zika vírus
Pixabay/Divulgação/Arquivo
Casos de dengue, malária, zika, chikungunya e febre amarela também devem aumentar nos próximos anos por conta da migração dos mosquitos que são vetores das doenças pelas mudanças de temperaturas e a OMS recomendou que os países estejam preparados para o combate às infecções.
Defesa da população
O documento reforçou a importância de defender populações mais jovens que estão suscetíveis ao contato com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e também a adicções. A OMS já atua na criação de políticas públicas que protejam esta população.
A recuperação da credibilidade dos profissionais da saúde é outro desafio que a organização deve encarar nos próximos dez anos. A disseminação de mentiras em redes sociais compromete a saúde pública. A OMS disse trabalhar em parceria com as plataformas para o combate à desinformação.
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