Medida busca aliviar pressão no sistema elétrico e aproveitar energias renováveis.
Na semana passada, o governo federal sinalizou a possibilidade de reimplantar o horário de verão, uma iniciativa que visa economizar energia e otimizar a geração a partir de fontes solar e eólica. Atualmente, cerca de 50% da eletricidade do Brasil provém de hidrelétricas, mas a atual escassez hídrica e o aumento das temperaturas têm afetado a produção, como evidenciado pela usina Santo Antônio, que suspendeu parte de suas operações devido à baixa do nível do rio.
Com as usinas eólicas e solares respondendo por 15% e 7,5% da matriz energética, respectivamente, a proposta do horário de verão surge como uma forma de compensar a diminuição da energia hidrelétrica em horários de pico, quando a demanda é mais alta — entre 18h e 19h. Nesse intervalo, a geração solar já não é viável e a eficiência eólica é reduzida.
A demanda por energia superou em 13% os níveis registrados na última crise hídrica de 2021, levando à ativação de usinas térmicas e, consequentemente, ao aumento da tarifa para bandeira vermelha, a mais cara. O governo acredita que, ao adiantar os relógios, a demanda pode ser reduzida durante esse pico, permitindo um melhor aproveitamento das energias renováveis.
Contudo, a eficácia do horário de verão é debatida, já que o consumo elevado se estende ao longo do dia, especialmente com o uso intensivo de ar-condicionado. Essa situação foi uma das justificativas para a extinção do horário de verão durante o governo de Jair Bolsonaro em 2019.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que qualquer medida que possa beneficiar o setor energético merece avaliação. Ele também ressaltou que o horário de verão poderia estimular setores como turismo e comércio, aumentando as atividades durante as horas de luz.
Estudos sobre a viabilidade do retorno do horário de verão estão em andamento e uma reunião decisiva entre o Ministério de Minas e Energia e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) está agendada para esta quinta-feira (19).
Fonte: CNN Brasil
Foto: Click Petróleo e Gás
Comentar