O Carnaval sempre foi um espaço de resistência e inovação para as mulheres no samba, apesar dos desafios. Maria Bernadete Raimundo, a Dona Bernadete, marcou história ao ser a primeira mulher a interpretar um samba-enredo no Sambódromo do Anhembi, em 1991. Conhecida como Tulipa Negra do Samba, ela abriu caminho para novas gerações, mas ressalta que a presença feminina ainda enfrenta barreiras.
Apesar do crescimento de mulheres no samba, poucas conquistam espaço como intérpretes principais nas escolas de samba. Grazzi Brasil, da Estrela do Terceiro Milênio, é a única voz feminina no microfone oficial do Anhembi. Para Dona Bernadete, a luta por mais oportunidades precisa continuar.
A pesquisadora Maitê Freitas destaca que o samba deve ser visto como uma tecnologia social, uma forma de comunicação e resistência cultural. As mulheres negras, historicamente invisibilizadas, sempre desempenharam papéis fundamentais na sua construção. Ícones como Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus e Jovelina Pérola Negra abriram portas para novas artistas, consolidando o espaço feminino no samba.
Dona Ivone Lara foi pioneira ao integrar a ala de compositores da Império Serrano, deixando um legado musical e cultural imenso. Clementina de Jesus trouxe a ancestralidade africana para o samba, enquanto Jovelina Pérola Negra se destacou no partido-alto, revolucionando o gênero.
Mesmo com avanços, o machismo ainda persiste. No entanto, o legado dessas mulheres inspira novas gerações a ocuparem espaços e fortalecerem a presença feminina no samba, garantindo que sua voz continue ecoando nos palcos e na história do Carnaval.
Fonte/Foto:agência gov
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