Entre os itens da Lei sancionada pelo presidente Lula, foram realizados alguns vetos, incluindo a criação de um cronograma para liberação de emendas parlamentares e determinados aspectos relacionados à pauta de costumes. Dentre esses itens excluídos, estavam restrições ao financiamento de ocupações de terras, ao aborto, bem como cirurgias para mudança de sexo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, acompanhada por 34 vetos. Entre as alterações efetuadas pelo presidente Lula, destaca-se a retirada do dispositivo que estabelecia um cronograma para a liberação de emendas individuais de deputados, senadores e bancadas estaduais.
Na justificativa para o veto do cronograma, a mensagem presidencial destaca que a emenda interferiria diretamente na gestão da execução orçamentária e financeira do Poder Executivo federal, sem previsão constitucional expressa. Além disso, alega que contrariaria o princípio da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estipula que o cronograma financeiro de desembolso é estabelecido pelo Poder Executivo federal.
A polêmica em torno do artigo 85, que fixava um mínimo de 0,9% da Receita Corrente Líquida (RCL) de 2022 para emendas de comissões permanentes da Câmara e do Senado, também resultou em veto por parte de Lula. A justificativa ressalta a ausência de autorização constitucional para estabelecer um patamar mínimo para esse tipo de emenda.
Outra modificação efetuada por Lula na LDO foi a supressão do item que estipulava o prazo até 30 de junho de 2024 para o pagamento de transferências diretas da União aos estados, direcionadas à saúde e assistência social, no formato fundo a fundo. A mensagem presidencial argumenta que tal preceito afetaria a gestão orçamentária e financeira do Poder Executivo federal sem previsão constitucional expressa, além de aumentar a rigidez na gestão das finanças públicas, infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O presidente também vetou emendas relacionadas a pautas de costumes, como o financiamento de invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas, influência sobre crianças e adolescentes para opções sexuais diversas do sexo biológico, desconstrução do conceito de família tradicional, cirurgias de mudança de sexo em menores e realização de abortos, exceto nos casos previstos em lei. Lula justifica esses vetos alegando que tais emendas violam a Constituição Federal ao introduzirem regras na LDO que proíbem despesas relacionadas a condutas não previstas usualmente nesse tipo de legislação.
Assim, as alterações propostas por Lula na LDO buscam garantir a conformidade com a legislação vigente e preservar a flexibilidade necessária para a eficaz gestão orçamentária e financeira do país.
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