O Museu Nacional da República é um museu brasileiro criado e administrado pelo governo do Distrito Federal, Brasil.
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Museu Nacional da República comemora 16 anos com exposições e música

O Museu Nacional da República (MuN), gerido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), completa 16 anos amanhã (15). Para comemorar a data, será inaugurada uma exposição baseada no acervo de 1.411 obras de arte moderna e contemporânea. No mesmo dia, outra mostra, com esculturas e pinturas de Antônio Poteiro, também será aberta no MuN.

Ainda amanhã, uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), às 19h, na galeria principal do prédio. Com base na formação de cordas e percussão, o repertório trará composições de Claudio Santoro, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Renato Russo e temas folclóricos, em uma espécie de diálogo com a linha curatorial da mostra.

A primeira exposição no museu, Aqui estou – corpo, paisagem e política no acervo do Museu Nacional da República, vai ocupar o mezanino do MuN com mais de 50 peças de 161 obras selecionadas em pesquisa elaborada na reserva técnica do museu, viabilizada por meio de cooperação técnica da Secec com a Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura (Unesco). 

“É uma ação institucional importante, porque vamos deixar as obras, que na maior parte do tempo ficam na reserva técnica, à mostra para o público, e vamos fazer isso a partir de um olhar fundamentado em pesquisa do acervo”, explica a diretora do MuN, Sara Seilert. A mostra, conta ela, toma o título “emprestado” da obra homônima de 2013 do artista Ralph Gehre, sul-mato-grossense radicado em Brasília desde 1962, e cuja trajetória também é parte da história da cidade.

“A gente tem um acervo e pode pensar a história da arte brasileira fora de matrizes praticadas no eixo Rio-São Paulo”, afirma a curadora Sabrina Moura, doutora em história da arte pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em estética e história da arte pela Universidade Paris VIII (antiga Universidade de Vincennes, em Saint-Denis, França). “Vou fazer uma analogia do museu com o cerrado, que já estava aqui com sua flora, fauna e presença humana, e sobre como a coleção do MuN é capaz de produzir uma narrativa própria sobre a arte brasileira”. Sabrina foi selecionada para a curadoria por meio de chamamento público.

“Estamos muito felizes com o resultado da pesquisa no acervo e da curadoria para a exposição”, comemora a coordenadora do Programa de Pesquisa do MuN, Maíra Rangel Marinho. “É uma vitória poder investir em pesquisa e apresentar ao público o trabalho de excelência realizado, ao longo de muitos meses, pela Sabrina Moura. Esperamos que o MuN possa fortalecer sua função social e dar continuidade aos projetos de seu programa de pesquisa por muitos anos.”Ao mesmo tempo em que se inaugura a mostra no mezanino do museu, a Galeria Térreo e Sala 2 do local abrirá a exposição As matérias vivas de Antônio Poteiro: barro, cor e poesia, organizada pelo Instituto Antônio Poteiro, com curadoria de Divino Sobral. São obras do artista Antônio Batista de Souza Poteiro (1925-2010), nascido em Portugal e radicado no Brasil, com passagens por São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Essa exposição reúne 53 obras do acervo do Instituto Antônio Poteiro, com 39 pinturas e oito esculturas de autoria dele, além de três esculturas de seu pai, Américo Batista de Souza, e outras três de seu filho, Américo Batista de Souza Neto. “Ao agregar trabalhos de três gerações, [a mostra] oferece ao público a oportunidade de ver como a arte de Antônio Poteiro é herdeira, continuadora e transformadora da tradição ancestral presente em sua família, originada numa região, em Portugal, que há séculos é conhecida pela cerâmica”, resume o curador do evento.

“É uma mistura de barroco com Karajá”, sintetiza o curador, sobre a obra de Antônio Poteiro – que passou a ter esse apelido em 1967, quando mudou-se para Goiânia (GO). Segundo Divino Sobral, o artista conviveu com o povo Iny-Karajá, presente em Goiás, Tocantins, Pará e Mato Grosso, e sofreu influências das esculturas feitas pelos indígenas. Já a influência do barroco vem da obra de Aleijadinho, que Poteiro conheceu de perto nas viagens pelo interior de Minas Gerais. “O imaginário transitou da materialidade do barro para o universo vibrante da cor”, pontua o curador da mostra.

Fonte: Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Foto: EBC

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