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Meio Ambiente

Mundo está mais perto do que nunca do fim, indica Relógio do Apocalipse; cientistas mencionam Amazônia

Faltam 100 segundos para a ‘meia-noite’ em relógio simbólico criado há 73 anos, em plena Guerra Fria. Além do risco de conflito nuclear, cientistas mencionam mudanças climáticas e citam o Brasil. Faltam 100 segundos para a meia noite (ou o fim do mundo), apontou Relógio do Apocalipse nesta quinta-feira (23)
Eva Hambach/AFP
Os ponteiros do Relógio do Apocalipse foram ajustados nesta quinta-feira (23) e agora marcam 100 segundos para meia-noite — ou o fim do mundo. É o mais perto que o planeta chegou da destruição desde que o Boletim de Cientistas Atômicos passou a fazer a medição simbólica, em 1947.
Até a medição de 2020, o Relógio do Apocalipse marcava dois minutos para o fim do mundo. Os cientistas disseram que, desta vez, além do risco de uma guerra nuclear, o planeta passa por riscos relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas. O documento divulgado junto à mudança nos ponteiros cita, ainda, a Amazônia (veja mais no fim da reportagem).
A chefe do Boletim de Cientistas Atômicos, Rachel Bronson, chamou a atenção para o fato de que o tempo simbólico para o fim do mundo não é mais medido em horas ou minutos, mas em segundos.
“Encaramos agora uma emergência real — um estado inaceitável para o mundo que elimina qualquer margem para erro ou para mais atrasos”, afirmou, segundo a Associated Press.
Desmatamento em área do município de Apuí, Amazonas
Jonatas Boni/G1
Outro diretor do grupo, o ex-governador da Flórida Jerry Brown, também apontou os riscos das mudanças climáticas, mas diz que o problema é mais amplo.
“As mudanças climáticas apenas piora a crise. Se ainda existe algum tempo para acordar, é agora”, disse.
Brown também mencionou, segundo a Associated Press, o risco de guerras nucleares. “Rivalidades e hostilidades perigosas entre as superpotências aumentam a possibilidade de uma catástrofe nuclear”, afirmou.
Desmatamento e Amazônia
15 de setembro – Parte de uma árvore na Floresta Amazônica é vista em chamas no território indígena de Tenharim Marmelos, na Amazônia. Segundo dados do Inpe, quase 20 mil focos de queimadas foram registrados na Amazônia em setembro. No acumulado do ano foram registrados quase 88 mil focos de queimadas, um aumento de 28% em relação ao mesmo período de 2018
Bruno Kelly/Reuters/Arquivo
O documento divulgado pelo grupo que faz o Relógio do Juízo Final mencionou o Brasil e a Amazônia como “resposta insuficiente para um clima cada vez mais ameaçado”. O texto também cita a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
“No ano passado, alguns países agiram para combater as mudanças climáticas enquanto outros, incluindo os Estados Unidos, que deixaram o Acordo de Paris, e o Brasil, que desmantelou políticas de proteção à floresta amazônica, deram vários passos para trás”, diz o texto.
A preservação da floresta amazônica foi um tema polêmico no primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro, com registro de aumento do desmatamento na região e uma crise provocada por queimadas, na qual o presidente enviou as Forças Armadas para auxiliar no combate ao fogo. O tema gerou inclusive rusgas entre Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron.
Veja na reportagem abaixo o aumento no número de focos de incêndio na Amazônia.
Focos de queimadas na Amazônia aumentam em 2019, informa o Inpe
Outra polêmica de 2019 foi quanto ao uso dos sistemas de monitoramento do desmate. O governo tem dois: um para alertas diários e outro para dados consolidados anuais.
A divulgação de alertas gerou críticas de Bolsonaro, que afirmou que os números prejudicam a imagem do país. O episódio levou à exoneração do então diretor do instituto, Ricardo Galvão. Tanto a taxa oficial quanto os alertas diários preliminares são do Inpe, que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Nesta semana, Bolsonaro informou, por meio de uma rede social, que determinou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional Ambiental, que atuará na “proteção do meio ambiente da Amazônia”.
Bolsonaro informou na publicação que o vice-presidente Hamilton Mourão será o coordenador do conselho, que deverá organizar ações entre ministérios para “proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia”.

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